13 de novembro, 2025

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Professor do interior de SP fotografa nebulosa do quintal de casa e tem destaque internacional

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Um registro do céu feito em São Carlos (SP) levou o professor Marcelo Adorna Fernandes a ter seu nome em destaque no livro Fotógrafo de Astronomia do Ano, reconhecimento internacional feito pelo Observatório Real de Greenwich, da Inglaterra.

A imagem da nebulosa ‘ETA Carinae’ foi registrada a partir de um observatório amador montado por Fernandes no quintal de casa.

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  • As nebulosas são nuvens gigantes de poeira cósmica e gás que surgem de duas maneiras: a partir da morte de estrelas ou na região onde novas estrelas nascem.

Professor Marcelo Adorna Fernandes fotografou a nebulosa ‘ETA Carinae’ em São Carlos (SP) (Foto: Marcelo Adorna Fernandes/Arquivo pessoal)

O registro foi a única fotografia brasileira a ser selecionada para o concurso internacional, que reuniu 5,8 mil fotografias inscritas de 68 países.

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“Quase 6 mil fotos foram enviadas a eles. […] Fiquei estarrecido em saber que a gente tem potencial para desenvolver muita coisa nesse Brasil”, destacou Fernandes, que é professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Ao todo, 140 fotografias foram selecionadas para fazer parte do livro. Todas elas estão expostas no Museu Marítimo Nacional em Greenwich.

Paixão que ultrapassa fronteiras

O amor de Marcelo Fernandes pelo céu o levou a construir um verdadeiro observatório amador em espaço anexado ao quintal de casa. O observatório, chamado ‘Kronos’, conta com dispositivos como teto retrátil e dois telescópios.

“A astronomia veio como um hobbie. Sempre gostei de olhar para o céu. Desde criança eu ficava deitado no quintal olhando as estrelas cadentes e os meteoros. […] Desde criança eu tive uma curiosidade pelo passado. E olhar as estrelar é ver o passado”, contou.

Um dos telescópios foi desenvolvido na adolescência pelo próprio professor, que utilizou materiais recicláveis para a montagem das peças que não englobam a parte ótica do equipamento.

Espaço anexado ao quintal da casa do professor Marcelo Adorno Fernandes, de São Carlos (Foto: Reprodução/EPTV)

 Planejamento, tecnologia e persistência

Professor durante as manhãs, Fernandes utiliza o período noturno para captar as imagens. “Eu começo logo após o pôr do Sol e vou até o nascer do Sol. O problema é levantar no dia seguinte para dar aula”, brinca.

Com uma rotina que requer muita persistência, ele também utiliza um segundo telescópio para captar as imagens.

O equipamento é monocromático, e as imagens precisam ser colorizadas no computador uma vez que tiradas.

Além da parte tecnológica, a preparação para conseguir o melhor registro inclui, ainda, estudo das condições climáticas.

“A gente faz um estudo antecipado durante o dia, para ver o que seria interessante fotografar durante a noite. Temos que levar em consideração, também, o vento, porque ele atrapalha muito. Se estiver nublado, não dá para fazer a foto. A gente coloca uma coordenada no computador, que ‘conversa’ com o telescópio e, a partir daí, ele fica a noite inteira tirando foto”, explica o docente.

Dá para iniciar no hobbie apenas com o celular?

O professor garante que celulares que contam com a opção de fotografia noturna são capazes de fazer boas imagens do céu. No entanto, há algumas dicas que precisam ser levadas em conta.

“Você botar aqueles celulares que conseguem controlar o tempo por até 30 segundos, e deixar ele apontado para o céu escuro, longe das luzes da cidade, dá para ter uma imagem legal da Via Láctea”, concluiu.

Fonte: G1

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