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Um professor do curso de jornalismo da Unesp no campus de Bauru (SP) foi atacado a golpes de canivete na tarde desta quarta-feira (20) durante uma confusão em um supermercado da cidade. Em suas redes sociais, Juarez Xavier ainda revelou sua revolta pelo fato de, no Dia da Consciência Negra, ter sido chamado de “macaco” por seu agressor.
Segundo a Polícia Militar, o desentendimento aconteceu na escada rolante de um supermercado entre o professor e um homem que, segundo a PM, estaria “aparentemente embriagado”.
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Na discussão, ainda de acordo com a PM, o homem teria feito ofensas de cunho raciais ao professor, que é negro, e os dois entraram em luta corporal.
Durante a briga, o homem sacou de um canivete e desferiu dois golpes contra o professor, que foi atingido no ombro e na perna.
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De acordo com o relato da PM, o professor sofreu ferimentos superficiais. Já o suspeito das agressões, que inicialmente foi contido por clientes do mercado, acabou preso por policiais militares que estavam na região. Ele foi encaminhado para o plantão da Polícia Civil, onde a ocorrência está sendo registrada.
O professor foi encaminhado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Bela Vista, onde recebeu pontos no corte que sofreu no ombro. Depois, segundo familiares do professor, ele seguiria para a delegacia para fazer a denúncia das agressões.
Vítima de racismo
O professor Juarez Xavier é militante do movimento negro. Com mestrado e doutorado pela USP, ele é professor da Unesp Bauru e coordenador do Núcleo Negro Unesp para a Pesquisa e Extensão (Nupe).
Ele relatou sobre preconceito que sofreu quando era aluno e também quando teve sua primeira experiência de ser vítima de racismo como professor, em 2015. A frase “Juarez macaco” foi achada em um dos banheiros da Unesp Bauru.
Na época, segundo o professor, o que mais marcou foi o fato de que as pichações foram achadas no banheiro contra ele e também contra mulheres negras.
“Foi a covardia do ato que me marcou. Pichação no banheiro da universidade, com ofensas extensivas às ou aos estudantes e ao pessoal da limpeza. A forma vil e agressiva contra mulheres simples, trabalhadoras braçais”, afirmou na época.
Após as pichações, uma comissão de professores na Unesp foi formada para investigar as frases encontradas no banheiro. Os professores ouviram algumas pessoas durante quatro meses, mas não identificaram os autores.
Fonte: G1