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Seu nome significa “esperança” em árabe, algo a que sua família tenta se apegar. Enfrentando uma doença autoimune, o palestino Amal Nakhleh, 17, vive há um ano em uma prisão de Israel, apesar de não ter sido acusado formalmente ou processado.
Na véspera de uma audiência importante, seu pai, Muamar, teme que o juiz renove a “prisão administrativa” de Amal, uma medida polêmica, que permite a Israel prender suspeitos por seis meses renováveis, indefinidamente e sem acusação formal.
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“Desde a sua prisão, no ano passado, só o vi duas vezes. A última foi esta semana, na prisão, atrás de um vidro espesso, e não pude nem tocá-lo”, contou Muamar, um jornalista de 50 anos, no apartamento da família, situado no campo de refugiados de Al-Jalazun, na Cisjordânia ocupada.
A prática da prisão administrativa foi criticada por organizações de defesa dos direitos humanos e por governos estrangeiros, mas a chancelaria de Israel a defende, citando a “complexa e volátil situação de segurança na Cisjordânia”.
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Mais de 450 palestinos estão detidos em Israel por causa das prisões administrativas. Segundo a ONG israelense HaMoked, seis deles são adolescentes, como Amal Nakhleh. Eles estão presos sem acusação formal ou processo, e sem acesso às provas contra eles mantidas pelos serviços de segurança israelenses.
Nova audiência
Amal cumpre prisão administrativa desde janeiro passado, quando soldados foram procurá-lo em casa. Antes, ele havia sido detido em novembro de 2020, quando acabava de se recuperar de uma cirurgia para a retirada de um tumor.
O menor foi acusado de lançar pedras contra a polícia, o que sua família nega. Ele passou 40 dias preso, até que um juiz israelense ordenou a sua libertação, segundo seu pai.
A AFP entrou em contato com o serviço de segurança israelense Shin Beth, que não quis fazer comentários, mas havia declarado antes à imprensa que Amal era “suspeito de participar de atividade terrorista”.
A prisão de Amal já foi prorrogada duas vezes, e amanhã uma nova audiência será realizada. Seu caso foi apresentado às autoridades israelenses pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), que pediu a “libertação imediata” do jovem, dadas as “suas condições médicas” e “por se tratar de um menor”.
Fonte: Yahoo!