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O presidente do Líbano, Michel Aoun, confirmou pelas redes sociais nesta quarta-feira (12) que foi informado em julho sobre um depósito de grandes quantidades de nitrato de amônio no porto de Beirute. A substância é apontada como a causa da megaexplosão que destruiu parte da capital libanesa e matou no mínimo 171 pessoas, segundo informações oficiais.
Aoun confirmou a informação um dia depois de a agência Reuters dizer que o governo libanês foi alertado sobre o risco de uma explosão por causa de nitrato de amônio semanas antes. Um documento feito por inspetores chegou às mãos do presidente e do primeiro-ministro, Hassan Diab, que pediu demissão após o incidente.
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Segundo a mensagem, Aoun informou outras lideranças como o Conselho de Ministros e o Conselho Superior de Defesa ainda em 20 de julho sobre o relatório que alertava sobre os risco do nitrato de amônio no porto. Ainda de acordo com o presidente, as informações foram repassadas a outras autoridades libanesas.
“A Presidência da República faz questão de assegurar que as investigações judiciais serão conduzidas em sua total extensão de acordo com as leis aplicáveis, usando toda as experiências que forem necessárias para esclarecer a verdade completa sobre a explosão, suas circunstâncias e os responsáveis por elas, em todos os níveis”, completa a nota.
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Nitrato de amônio
A causa suspeita é uma explosão de 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio, substância utilizada como fertilizante. Os riscos do armazenamento incorreto desse material são conhecidos, de acordo com especialista ouvido. O produto já foi responsável por tragédias na França, na China e nos EUA.
O nitrato de amônio não é um explosivo por si só. Ele se apresenta como um pó branco ou em grânulos solúveis em água e é seguro, desde que não aquecido ou em contato com alguma faísca. A partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode se tornar extremamente explosiva.
A explosão no porto causou destruição em larga escala e quebrou o vidro de janelas a quilômetros de distância. Alguns barcos que navegavam próximos à costa do Líbano chegaram a ser balançados pela força da explosão. As explosões chegaram a ser ouvidas em Larnaca, no Chipre, a pouco mais de 200 km da costa libanesa.
A força da explosão foi tão grande que o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), indicou que a intensidade foi a de um terremoto de magnitude 3,3. O incidente abriu uma cratera de 43 metros de profundidade.
Fonte: G1