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O presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, falou nesta terça-feira, no Seleção SporTV, sobre o fato de os reforços Róger Guedes e Willian terem aberto mão de dinheiro para jogador pelo clube.
No caso do atacante, ele precisou rescindir contrato com o chinês Shandong Taishan. O meia-atacante, por sua vez, fez um acordo para encerrar seu acordo com o Arsenal, da Inglaterra.
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– Róger Guedes é o mais jovem, de potencial muito grande. Conversamos antes dele ir ao Atlético-MG, não deu certo e foi para a China. O Corinthians fez um investimento não muito alto, mas também pelos direitos econômicos, pela idade e propostas altas de compra dos seus direitos, ele abriu mão não só de 6 milhões de euros na China, mas também de propostas mais altas de salário e aquisição de direitos de outros clubes. É a hora que o jogador ganha dinheiro. Os valores eram grandes.
– É importante deixar claro que Corinthians tem um percentual de seus direitos, mas ele ficou com grande parte. Sempre em nome da transparência, daqui a um ano e meio, se for da vontade dele e bom para o Corinthians, pode sair. Abriu mão de muita coisa. Se for para ele recuperar, Corinthians vai estar disposto a conversar diferente de qualquer outro atleta – disse Duilio.
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Willian ainda tinha mais dois anos de contrato com o Arsenal, mas não estava feliz no clube londrino e preferiu voltar ao Brasil.
– Isso é interessante de ver. Os jogadores querem jogar no Corinthians, ao contrário do que escutávamos. Está há anos fora, tinha contrato com o Arsenal e isso é possível dentro dos valores praticados na Liga Inglesa com a vontade do jogador. Ele quis voltar ao Corinthians, não vinha em um bom momento no Arsenal.
– Veio a possibilidade dele sair, sempre com clubes da Europa atrás, só foi possível graças a vontade dele e esforço nosso, com patrocinadores e investimento. O Willian abriu mão de muito dinheiro para voltar para casa. O principal fator foi a vontade do jogador – completou o presidente.
Além de Róger Guedes e Willian, o Corinthians também contratou nessa janela os meias Renato Augusto e Giuliano. E ainda aguarda documentação para anunciar o empréstimo de João Pedro.
Confira outros pontos da entrevista de Duilio Monteiro Alves ao Seleção SporTV:
Planejamento para contratar estrelas
– A gente começou com um planejamento desde o início da gestão, reduzindo a folha de pagamento, saídas, empréstimos. Reduções também dentro do clube. De imediato, temos uma redução de 20% em todos os departamentos. No futebol, ainda maior. Para chegar esse momento de oportunidades e reforços. Nosso departamento trabalhou muito bem com esses atletas nesse momento de crise, que não é só no Corinthians, tudo dentro do orçamento, bem planejado e sem irresponsabilidade como a gente tem escutado muito.
Riscos das contratações
– Não entendo como risco. Claro que todo investimento tem risco, mas o Corinthians vem trabalhando dentro de um planejamento feito antes da eleição. E depois com esse período de sete meses. O Giuliano foi o primeiro, em julho, isso em nenhum clube do futebol brasileiro aconteceu. Só saídas. Isso foi feito dentro do planejamento. Não vejo como risco. Com o Willian vamos ter uma folha menor do que tínhamos no fim do ano passado. Está no planejamento. Lógico que isso ajuda bastante, ter time forte, competitivo, jogadores de expressão internacional, como Willian, Renato, Giuliano e Róger. Que se juntam a outros grandes jogadores.
– Hoje, tínhamos quatro jogadores que estavam na última Copa do Mundo. Isso resgata a confiança da torcida, a auto-estima, confiar em nós. Aumenta receita de bilheteria, que não tem desde 2014. E passará a ter agora. A gente não grita gol antes da hora. Isso tudo pode melhorar ainda, pode trazer novas receitas, mas não estamos gastando mais do que o previsto. Novas receitas e custo menor de folha do que tínhamos no início do ano. Tiramos mais de 20 atletas e trouxemos quatro. Sem dúvidas, trará receitas novas.
Contratou errado nos últimos anos?
– Não concordo. Lógico que nenhum corintiano estava feliz com os últimos dois ou três anos. Precisamos brigar lá em cima. No futebol, a gente erra e acerta. Contratação boa é aquela que tem que dar certo. Jogadores foram questionados e hoje nos ajudam. É o caso do Gustavo Mosquito. Fomos muito criticados. Quando trouxemos de volta, mais ainda. Hoje é um dos grandes do elenco. Éderson hoje, no Fortaleza, é um ativo muito grande do clube e não conseguiu se firmar no Corinthians quando foi contratado. Hoje, faz um campeonato espetacular no Fortaleza. Richard não deu certo no Corinthians e hoje no Athletico-PR faz um bom campeonato.
– Mudamos a forma de fazer. Em 2010, 2011, trouxemos promessas e vingaram aqui, ganhamos tudo. Dessa vez, não acertamos tanto. Não falo de má gestão, mas de mudança de forma de contratar. Fizemos contratações mais pontuais. Temos elenco mais equilibrado e time muito forte. Meu discurso continua, momento de organizar a casa, melhorar a parte administrativa… E estamos fazendo isso há sete meses. Tem coisa a ser feita, despesa a reduzir, não tem nada reduzido. Bom passo para começar a redução com bom resultado em campo.
Já sabia quais eram os nomes preferidos?
– Lógico que quando falo em planejamento, falo de finanças, de estar prontos na janela de transferências. Renato e Róger a gente vinha monitorando. Paulinho, também. Jogadores com dificuldade de voltar à China. Willian surgiu recente e Giuliano também com a saída da Turquia. Tínhamos o plano financeiro. Agora, nomes tinham os favoritos. O treinador nos passa um, dois ou três atletas como opção.
– Nessa janela, o Corinthians foi muito feliz, pela vontade dos atletas, e também pelos nomes que já passaram por aqui e tem identificação, alto nível e se enquadraram na política financeira do clube. Não tínhamos todos os nomes, não. Reduzimos despesas, folhas, novas receitas, com o marketing, para estarmos prontos. São jogadores de alto nível. Tentei trazer o Giuliano em 2011, era pedido do Tite em todas as janelas. Planejamento em cima do dinheiro para melhorar o elenco.
Gestão de austeridade
– É isso. A gente viu muito nesses dias, todo brasileiro é um pouco treinador. Agora viraram economistas, também. Torcedor preocupado com a parte financeira do clube. Está emponderado com as redes sociais. Tem acesso a números. O planejamento nosso é ganhar o título de pagar contas, mas hoje com essa janela maravilhosa por conta de dificuldades da pandemia. A China levou muito de nossos atletas, hoje com a pandemia foi possível trazê-los de volta em ótimas condições. Isso facilitou bastante. Nem sonhávamos com essa janela maravilhosa.
– O plano era vir mais forte ano que vem. Com essas chegadas e trabalho do Sylvinho, time em sexto, como presidente penso no máximo, lógico que não posso não pensar em título. Mas que a gente chegue forte, numa Libertadores, para fazer um ano para brigar por todos os títulos, Brasileiro, Copa do Brasil. O Corinthians subiu de patamar. Tem condições de brigar por qualquer título. E temos o reforço da Fiel voltar para a Arena. Isso ninguém tem. Quando a Fiel estiver junto, o time fica ainda mais forte. Vamos pensar no jogo a jogo, sabemos da qualidade dos rivais. Existe vontade, esperança, desejo, de brigar por isso.
Volta do público
– Corinthians aguarda. O governo faria evento teste em Brasil x Argentina, mas isso foi cancelado. Agora serão só convidados. Não acelera o processo. Acompanha autoridades de saúde. Lógico que o mais rápido possível. A vacinação está muito adiantada. Por enquanto a gente aguarda.
Folha salarial e reduções
– Reduzimos pouco, mas não teve aumento. Vivemos a pandemia, problemas de estádio, não ter público, tudo que a gente vem passando, mas é legal também citar que o Corinthians é um país, a audiência é maior. Clubes são elogiados por contratações com receita menor e investimento de terceiros, que não deixa de ser empréstimo. Vários com receita menor que a nossa. Sempre que é Corinthians destrincham os números, não tem problema nenhum. Tudo no Corinthians é maior.
– Notícia ruim vende muito, mas teremos coisas boas. Nosso caminho daqui para frente é esse. Alegria, redução e pagamento de dívida. Temos que equalizá-la. Fluxo de caixa positivo, arrecadar mais do que gasta. Vamos equalizar para pagar as coisas em dia, acordos e compromissos. Dívida não zera de um dia para o outro.
Fonte: Sportv – Foto: Reprodução/Sportv