05 dezembro, 2023
Agentes da Prefeitura de Agudos (SP) voltaram a retirar lixo da casa de um acumulador de materiais no centro da cidade. Mais três caminhões lotados de vários materiais foram retirados do imóvel nesta quinta-feira (7).
Na semana passada, a prefeitura informou que retirou 15 caminhões com entulhos da casa em três dias.
No total, a prefeitura estima que 34 toneladas de lixo foram recolhidas de dentro do casarão. Os funcionários ainda não conseguiram chegar ao quintal do imóvel.
No total, nove cômodos da casa estão totalmente tomados por todo tipo de material. A equipe retirou da casa roupas, calçados, jornais e muitos produtos sem serventia que ficaram acumulados por vários anos.
Os fundos da casa estão tomados de entulhos, que viraram criadouros do Aedes aegypti e abrigo de baratas, escorpiões e ratos, que estão invadindo a casa dos vizinhos.
A limpeza no local foi autorizada pela Justiça. A cidade de 37 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE, vive uma epidemia de dengue com mais de 700 casos confirmados.
O trabalho foi acompanhado por um dos herdeiros do casarão. José Antônio Mainini é sobrinho de João Batista Mainine, o morador que passou anos acumulando materiais na casa.
Ele conta que a família tenta na Justiça a divisão do imóvel, que tem 800 metros quadrados.
“São 10 herdeiros e hoje só tem um que utiliza, que é o João Batista. Então nós levamos o processo à Justiça, mas ainda não tivemos uma resposta definitiva. Ultimamente nós estamos tentando entrar com um processo também para que a gente consiga fazer que ele vá ao tratamento, e isso, não depende apenas da nossa vontade. Nós precisaríamos de uma decisão, de uma determinação judicial pra que a gente pudesse encaminhá-lo, ainda que compulsoriamente ao tratamento que é necessário, tanto pra família, quanto pra comunidade”, explica.
Enquanto a Justiça não decide sobre o futuro do imóvel, as portas estão ficando trancadas durante a noite e João Batista foi acolhido em uma casa de passagem, mantida pela prefeitura.
“Ele tem um espaço dele e só pode usar aquele tamanho de espaço para guardar as coisas dele”, diz a assistente social Dulce Ximenes. Segundo ela, a ideia é fazer ele acumular cada vez menos.
A secretária de assistência social Rafaela Damante diz que o morador, que sofre de transtorno de acumulação, aceitou o tratamento psiquiátrico. “Ele já fez a triagem, amanhã mesmo tem atendimento médico lá pelo CAPS. Aceitou muito bem o tratamento, ele realmente viu que precisa do tratamento para retornar a vida dele normal, sem essas situações que ele tá hoje”, diz.
O problema é que a dedicação exclusiva ao casarão impede que outros terrenos de Agudos sejam fiscalizados.
“Acaba sobrecarregando tanto a vigilância quanto o setor do pessoal de obras, então isso acaba dificultando também para realizar o serviço na cidade porque a gente tem outras reclamações também”, diz o coordenador de Controle de Vetores e Vigilância Sanitária Joseval Aparecido de Moraes.
Fonte: G1
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