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Agentes da Prefeitura de Agudos (SP) voltaram a retirar lixo da casa de um acumulador de materiais no centro da cidade. Mais três caminhões lotados de vários materiais foram retirados do imóvel nesta quinta-feira (7).
Na semana passada, a prefeitura informou que retirou 15 caminhões com entulhos da casa em três dias.
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No total, a prefeitura estima que 34 toneladas de lixo foram recolhidas de dentro do casarão. Os funcionários ainda não conseguiram chegar ao quintal do imóvel.
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No total, nove cômodos da casa estão totalmente tomados por todo tipo de material. A equipe retirou da casa roupas, calçados, jornais e muitos produtos sem serventia que ficaram acumulados por vários anos.
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Os fundos da casa estão tomados de entulhos, que viraram criadouros do Aedes aegypti e abrigo de baratas, escorpiões e ratos, que estão invadindo a casa dos vizinhos.
A limpeza no local foi autorizada pela Justiça. A cidade de 37 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE, vive uma epidemia de dengue com mais de 700 casos confirmados.
Justiça
O trabalho foi acompanhado por um dos herdeiros do casarão. José Antônio Mainini é sobrinho de João Batista Mainine, o morador que passou anos acumulando materiais na casa.
Ele conta que a família tenta na Justiça a divisão do imóvel, que tem 800 metros quadrados.
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“São 10 herdeiros e hoje só tem um que utiliza, que é o João Batista. Então nós levamos o processo à Justiça, mas ainda não tivemos uma resposta definitiva. Ultimamente nós estamos tentando entrar com um processo também para que a gente consiga fazer que ele vá ao tratamento, e isso, não depende apenas da nossa vontade. Nós precisaríamos de uma decisão, de uma determinação judicial pra que a gente pudesse encaminhá-lo, ainda que compulsoriamente ao tratamento que é necessário, tanto pra família, quanto pra comunidade”, explica.
Enquanto a Justiça não decide sobre o futuro do imóvel, as portas estão ficando trancadas durante a noite e João Batista foi acolhido em uma casa de passagem, mantida pela prefeitura.
“Ele tem um espaço dele e só pode usar aquele tamanho de espaço para guardar as coisas dele”, diz a assistente social Dulce Ximenes. Segundo ela, a ideia é fazer ele acumular cada vez menos.
A secretária de assistência social Rafaela Damante diz que o morador, que sofre de transtorno de acumulação, aceitou o tratamento psiquiátrico. “Ele já fez a triagem, amanhã mesmo tem atendimento médico lá pelo CAPS. Aceitou muito bem o tratamento, ele realmente viu que precisa do tratamento para retornar a vida dele normal, sem essas situações que ele tá hoje”, diz.
O problema é que a dedicação exclusiva ao casarão impede que outros terrenos de Agudos sejam fiscalizados.
“Acaba sobrecarregando tanto a vigilância quanto o setor do pessoal de obras, então isso acaba dificultando também para realizar o serviço na cidade porque a gente tem outras reclamações também”, diz o coordenador de Controle de Vetores e Vigilância Sanitária Joseval Aparecido de Moraes.
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Fonte: G1