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A concessão do Pacaembu para o consórcio Patrimônio SP foi assinada nesta segunda-feira pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas, em evento realizado no Salão Nobre do estádio, que contou com a presença dos presidentes de Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos e também da Federação Paulista de Futebol.
O consórcio Patrimônio SP, capitaneado pela construtora Progen, administrará o Pacaembu pelos próximos 35 anos. O grupo vai pagar R$ 115 milhões como outorga fixa, além de mais R$ 21 milhões como outorga variável, e deve investir mais de R$ 200 milhões em reformas. Covas estima R$ 656 milhões em benefícios com a concessão do estádio.
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– Quando a gente soma não só a outorga, mas também o quanto a Prefeitura vai deixar de gastar com o Pacaembu e o quanto nós vamos arrecadar com o investimento que o concessionário vai fazer aqui no espaço, a gente chega a um montante de R$ 656 milhões de ganhos para a cidade de São Paulo por conta dessa concessão. Além de a gente ter um estádio mais moderno, com uma administração, muito mais agilidade do que as dificuldades que a legislação coloca ao poder público para poder licitar, seja para uma compra de papel higiênico ou para os novos refletores do estádio – disse Bruno Covas.
Eduardo Barella, presidente do consórcio vencedor e CEO da Progen, também comentou o acordo e falou sobre os planos para o Pacaembu:
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– Nossos planos em relação ao futebol é de fato ampliar o uso do estádio, não só dos times de São Paulo, como também para times de fora do estado. O Pacaembu tem uma peleja muito grande, que é o fato de ser a segunda casa dos clubes de São Paulo. Todo torcedor guarda uma memória afetiva muito grande. O estádio tem sido usado com cada vez mais frequência pelos clubes. A ideia é poder recebê-los num equipamento reformado, com melhor nível de serviço. A gente quer e temos começado a abordar os clubes de fora de São Paulo para que eles possam mandar jogos aqui. O Pacaembu quer ser a casa de todas as torcidas – explica Barella.
Barella também detalhou algumas mudanças que pretende realizar no estádio. A mais significativa delas é a demolição do Tobogã, com a ideia é construir um edifício com serviços (cafés, restaurantes, lojas,escritórios, espaços multifuncionais e o centro de convenções e eventos, construído no subsolo junto ao novo estacionamento no local) – o projeto ainda precisa ser aprovado pelos órgãos de tombamento (Conpresp e Condephaat).
– Nossa ideia é reviver a originalidade do projeto da década de 30. Essa edificação vai permitir esse uso mais múltiplo, seja ele de eventos, convenções e o próprio futebol. Nós vamos entrar numa etapa que é a de aprovação dos nosso projetos e o recebimento dos alvarás, de demolição, de construção… Quando tivermos os alvarás em mãos, nós devemos iniciar as obras. A gente estima que as obras sejam iniciadas entre seis e 12 meses e que elas durem 28 meses. A gente chegou a fazer alguns exercícios da possibilidade de manter o estádio aberto, mas, pela questão logística da obra, não será possível – afirmou Barella.
Veja fotos do projeto do “novo” Pacaembu:
Santos de olho
O principal interessado na concessão do Pacaembu é o Santos, que negocia uma parceria com o grupo vencedor para que possa mandar mais jogos no estádio já a partir deste ano e que o local seja considerada a segunda casa do Peixe. Procurado pela reportagem, o presidente do Santos, José Carlos Peres, adotou um tom otimista:
– Negociamos o modelo de negócio. Estamos negociando há 90 dias mais ou menos. Está bem encaminhada a conversa. Talvez tenhamos novidades em muito breve – disse José Carlos Peres, presidente do Santos.
Barella, por sua vez, adota tom mais cauteloso. O presidente do consórcio vencedor do Pacaembu, porém, admite o desejo em avançar nas tratativas com o Peixe.
– Tenho mantido conversas bastante frequentes com o presidente José Carlos Peres. O Santos foi o primeiro clube que nos procurou, logo quando nós fomos adjudicados com o contrato. A gente já evoluiu um pouco no modelo de parceria, no sentido do Santos vir jogar determinado percentual dos seus jogos em casa aqui no Pacaembu. Agora estou legitimado a avançar nessa conversa e espero ter, num futuro próximo, algo para anunciar para vocês – afirma Barella,.
O novo dono do Pacaembu faz uma ressalva e também explica como pretende cobrar os clubes interessados.
– Não existe uma predileção de ter um clube que seja o âncora do estádio. Obviamente que ter um clube que consiga garantir um volume mínimo de jogos dá uma tranquilidade para nós no cumprimento do nosso plano de negócio. Essa não é uma obrigatoriedade ou algo que estamos buscando. O que a gente quer ter é todo mundo jogando. Obviamente que se tiver um que queira garantir o percentual para nós seria melhor.
– O modelo de de cobrança de aluguel não é o modelo que nós devemos seguir. Devemos partir para um modelo de percentual de bilheteria e, como contrapartida, nós queremos e estamos discutindo com os clubes um modelo em que eles possam participar nos dias de jogos de algumas outras receitas do estádio. Obviamente que quando a gente aumenta um nível de serviço no estádio nós devemos aumentar o consumo dentro das dependências. O clube que está levando sua torcida vai poder usufruir de um pedaço disso.
O Santos é o clube que mais disputou partidas no Pacaembu nesta temporada (11) – o aluguel do estádio é de 23% da renda total arrecadada. O presidente do Peixe tem a intenção de seguir seu projeto de campanha e dividir mandos entre a Baixada Santista e São Paulo.
Fonte: G1