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Algumas doenças comuns em crianças no passado ressurgiram nos últimos anos, atingindo principalmente adultos. Entre elas, está o sarampo, com mais de 2.300 casos no Brasilnos últimos três meses.
Uma das explicações dos médicos para os casos de sarampo e caxumba no Brasil tem relação com a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).
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Pessoas que nunca tomaram e também nunca tiveram contato com esses vírus podem ser infectadas na idade adulta, assim com aqueles que foram vacinados em um esquema incompleto (não tomaram todas as doses).
“Os adolescentes e adultos jovens de hoje tomaram apenas uma dose depois dos 12 meses, sendo que eram necessárias duas doses para a proteção”, explica o médico infectologista Francisco de Oliveira Junior, do Instituto Emílio Ribas. Ele acrescenta que é por isso que o público até 29 anos é foco da campanha de imunização do governo em São Paulo.
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O infectologista explica ainda que a circulação dos vírus que causam doenças como sarampo e caxumba reduziu no Brasil nas últimas décadas, mas que continuava no mundo.
“Antigamente, pessoas vacinadas contra o sarampo não ficavam doentes. Contatos periódicos [com os vírus] faziam com que elas não adoecessem.
A partir do momento em que deixa de ter contato com o vírus, porque ele não circulava mais, essas pessoas perdem a imunidade ou têm a imunidade enfraquecida.”
A reintrodução do vírus do sarampo no Brasil se deu em um momento de crescimento dos casos em nível global, pontua o médico infectologista Carlos Fortaleza, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), em Botucatu.
“Os casos de sarampo em todo o mundo mais do que triplicaram. Existe surto de sarampo na Europa, Estados Unidos, Ásia. É uma doença que demora três semanas para se manifestar, o que favorece a transferência de um país para o outro. A epidemia de sarampo em São Paulo está associada ao grande trânsito de pessoas vindas de outros países.“
Oliveira Júnior ressalta o fato de as possíveis falhas na vacinação com a tríplice viral refletirem em surtos de caxumba, além do sarampo.
“No caso da caxumba, há outra particularidade. Apesar de ser tríplice viral, a proteção que ela [vacina] dá para cada uma dessas doenças não é idêntica. A eficácia do componente da caxumba é um pouco menor do que a eficácia contra o vírus do sarampo, embora a caxumba seja menos transmissível que o sarampo.”
Fonte: R7