20 de novembro, 2024

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Polícia relata à Justiça inquérito sobre menino de 7 anos torturado até a morte em Avaré

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A Polícia Civil relatou à Justiça o inquérito que investiga a morte de Carlos Henrique Santos do Carmo, o menino de 7 anos que foi torturado em Avaré, no interior de São Paulo. O padrasto e a mãe da criança foram presos após o crime.

De acordo com o delegado Levon Torossian, responsável pelas investigações, o inquérito foi relatado na sexta-feira (13), mas a polícia ainda aguarda a escuta especializada do irmão da vítima, de 10 anos, para concluir as investigações.

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O delegado informou que o padrasto Dione Teixeira dos Reis, de 28 anos, foi indiciado por tortura qualificada pelo evento de morte da vítima. No entanto, disse que ainda irá analisar o depoimento do menor para ver se há elementos para indiciar a mãe Sara Santos da Fonseca, de 29 anos.

Segundo o delegado, a escuta especializada será feita em Botucatu, já que a criança mora com o pai em Pardinho. A Polícia Civil de Botucatu informou que ainda não recebeu uma carta precatória para realizar a escuta, somente uma ligação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) com um questionamento sobre onde os depoimentos são realizados na cidade.

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A partir de agora, conforme Torossian, o Ministério Público vai decidir se oferece denúncia contra o casal, ou somente contra o padastro. A reportagem entrou em contato com o MP e aguarda resposta.

Mãe e padrasto foram presos após morte de menino de 7 anos em Avaré (Foto: Arquivo pessoal)

Crime e investigação

Carlos Henrique foi morto no dia 4 de agosto em Avaré. Segundo a polícia, o menino e o irmão de 10 anos estavam passando as férias na casa da mãe, mas moravam com o pai em Pardinho.

A PM informou que, no dia do crime, uma equipe estava em patrulhamento pela Vila Esperança quando encontrou o Carlos Henrique caído na rua, enquanto uma vizinha e o padrasto tentavam reanimá-lo. Abalada, a vizinha contou que nunca vai esquecer a cena que presenciou.

O socorro foi acionado e a criança foi levada para o hospital, mas a PM informou que ela já deu entrada sem vida na unidade. No local, os médicos constataram que o menino tinha muitos machucados pelo corpo, inclusive nas partes íntimas, e levantou-se a suspeita de agressão, segundo a polícia.

De acordo com a Polícia Civil, o irmão de 10 anos da vítima foi encontrado momentos depois, com os dois olhos roxos, queimaduras de cigarro e muitos hematomas. Ele contou que tinha sido torturado pelo padrasto, e o homem foi preso em flagrante.

Padrasto é preso suspeito de torturar menino de 7 anos até a morte em Avaré — Foto: A Voz do Vale/Divulgação
Padrasto foi preso suspeito de torturar menino de 7 anos até a morte em Avaré (Foto: A Voz do Vale/Divulgação)

De acordo com o delegado, a polícia apurou que “a tortura consistiu em esganadura, socos, choques com fios elétricos, e o menor foi submergido em um balde de água no sentido de afogamento”.

Conforme o boletim de ocorrência, os policiais apreenderam dois cabos de energia pretos, um balde vermelho, um par de luvas e um porrete de madeira na casa do suspeito, na zona rural.

No dia do crime, a mãe dos meninos também foi levada à delegacia, mas contou que não tinha conhecimento sobre as agressões e foi liberada. No dia seguinte, ela teve a prisão decretada pela Justiça e também foi detida. Já o padrasto teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

À polícia, Dione negou o crime e disse que Carlos Henrique se afogou com pão e leite no café da manhã. Já a mãe contou que estava trabalhando no momento do ocorrido e não sabia das agressões. O G1 não localizou a defesa deles para comentar o caso.

Em Pardinho (SP), pai vela o menino morto após ser torturado pelo padrasto em Avaré (SP) — Foto: Reprodução/ TV TEM
Em Pardinho (SP), pai vela o menino morto após ser torturado pelo padrasto em Avaré (SP) (Foto: Reprodução/ TV TEM)

O corpo de Carlos Henrique foi enterrado no Cemitério Municipal de Pardinho um dia depois do crime. Durante o velório, o pai dos meninos pediu justiça e disse que sempre ligava para as crianças quando elas estavam na casa da mãe e que nunca ficou sabendo das agressões.

“Estava passando 15 dias com a mãe lá e aconteceu isso aí. Ligava lá e nunca tinha acontecido nada, não falava nada. Foram me buscar no serviço para falar que o moleque está morto. […] Nada vai trazer meu filho de volta”, desabafou Tiago José do Carmo.

Fonte: G1

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