06 dezembro, 2023
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar as causas do grave acidente entre um ônibus de turismo e um caminhão carregado com tijolos, que matou duas pessoas e deixou 16 feridos na rodovia Castello Branco (SP-280), na madrugada desta quinta-feira (10), em Boituva (SP).
De acordo com a polícia, o caminhoneiro será ouvido nos próximos dias e poderá responder pelos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal. Além dele, passageiros, representantes da empresa de ônibus e testemunhas também serão ouvidos na próxima semana pelo delegado responsável.
“A ocorrência foi registrada como homicídio culposo e lesão corporal. Vamos investigar se houve frenagem por parte do caminhoneiro, a velocidade que ele trafegava e se ele estava na faixa de rolamento destinada para caminhões. Caso essas situações tenham acontecido, ele assumiu o risco de ocasionar um acidente e pode responder por homicídio culposo. Porém, se for constatado que ele estava na velocidade adequada e estava na faixa de rolamento correta, a ocorrência pode regredir para lesão corporal gravíssima. Tudo vai depender da investigação”, explicou Ayr Daniel Paschoal Grilo, do setor de investigação da Polícia Civil.
Ainda segundo a polícia, os tacógrafos dos dois veículos foram recolhidos pela perícia técnica e, com os equipamentos, a polícia quer identificar a velocidade do ônibus e do caminhão no momento da batida. O resultado do laudo deve sair em 30 dias.
Em nota, a empresa Viação Garcia afirmou que está investigando as causas do acidente, mas que ainda não é possível apontar nenhuma causa.
Acidente
O acidente entre o ônibus e caminhão aconteceu na rodovia Castello Branco, em Boituva, por volta das 5h. O ônibus havia saído de Maringá (PR), faria uma parada em Sorocaba (SP) e tinha como destino Campinas (SP). Contudo, no quilômetro 120, próximo à entrada de Boituva, colidiu na traseira de um caminhão carregado com tijolos.
Devido ao forte impacto, o motorista André Ricardo Gomes de Moraes, de 41 anos e que era de Ourinhos (SP), e a passageira Maria Pavezi, de 76 anos, e que era do Paraná, morreram na hora. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Itapetininga e liberados por volta das 18h30. O motorista será enterrado nesta sexta-feira (11) em Ourinhos (SP) e a passageira Maria em Campinas (SP).
As outras 16 vítimas foram socorridas e encaminhadas para unidades hospitalares da região, sendo seis vítimas, entre elas uma com ferimentos graves, para Tatuí (SP), duas em estado grave para Sorocaba (SP), três com ferimentos leves para Boituva (SP) e cinco para Porto Feliz (SP), também com ferimentos leves. As identidades não foram informadas.
Ainda segundo a polícia, parte da carga do caminhão caiu no trecho e as duas faixas sentido interior-capital ficaram interditadas até 9h20, o que causou congestionamento.
“Atropelou o caminhão”
O caminhoneiro Valdevino Gonçalves Borges afirmou em entrevista para a TV TEM que o “ônibus atropelou o caminhão”. “Senti um impacto e nem sabia o que tinha batido atrás. Fui ver era um ônibus. A pista estava livre, não tinha ninguém, só estava eu e ele. Ele tinha a faixa da esquerda aberta, das duas faixas, mas ‘atropelou’ o caminhão na primeira faixa”, ressalta.
De acordo com Valdevino, ele é caminhoneiro há mais de 35 anos e é a primeira vez que se envolve em acidente. “Segundo comentários, o motorista dormiu porque estava dirigindo a algumas horas, vinha desde Maringá. Daí ele estava cansado e nem viu a batida. Fico assustado, em mais de 35 anos dirigindo aí é a primeira vez que acontece uma tragédia dessa”, afirma.
‘Acordou com a pancada’
A universitária Fernanda Weber Neiva Castelli é uma das passageiras que estava no ônibus e afirmou que acordou com a forte pancada da batida. “Estava dormindo e foi bem rápido. Eu acordei com a pancada e com a poltrona na frente. Demorou um pouco para entender o que estava acontecendo. Tinha bastante tijolo em volta”, conta.
Ainda segundo a jovem, ela estava em uma poltrona na frente do ônibus e conseguiu sair do veículo sem ferimentos. “Quando vi as pessoas se movimentando, tomei a atitude de sair de lá. Graças a Deus estou bem. Nasci de novo”, ressalta.
A empresária Rosângela Rocha da Silva também estava como passageira no ônibus. Ela mora em Tapiraí (SP) e pegou o veículo em Maringá (PR) junto com o filho, de 20 anos. “Após a batida, a gente ajudou uma senhora que tinha umas crianças, além de um moço que estava atrás da gente. A gente viu muito sangue, lajotas dentro do ônibus, as pessoas gritando. Foi tudo o que vi na hora. A gente foi ver a situação pior depois que a gente desceu”, relata.
Ainda segundo Rosângela, o filho dela, de 20 anos, foi para um hospital acompanhando uma outra passageira que se machucou. “Foi um susto muito grande”, finaliza.
Especialistas da TÜV Rheinland alertam sobre a importância da revisão veicular em carros a combustão e...
© Desde 2012. Grupo LN de Comunicação. ® Todos os direitos reservados.