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A Polícia Civil de Pirajuí (SP) instaurou um inquérito nesta sexta-feira (25) para investigar uma denúncia de que uma idosa de 74 anos recebeu a vacina da Oxford/Astrazeneca, contra a Covid, depois de ter recebido as duas doses da vacina CoronaVac. O caso é investigado como estelionato.
Segundo as informações do inquérito, no dia 25 de maio, a mulher, que seria moradora de Santos, no litoral paulista, mas com parentes em Pirajuí, procurou o Centro de Saúde no interior de SP e alegou que não tinha tomado nenhuma dose da vacina por medo.
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Ela recebeu a dose do imunizante por volta das 10h30, mas quando a enfermeira foi lançar os dados, às 14h, descobriu que a idosa já tinha registro de vacinação com duas doses da CoronaVac.
A enfermeira entrou em contato com a mulher, que teria confirmado a ela que já tinha recebido as duas doses, porém quis tomar a vacina de Oxford/Astrazeneca, pois iria viajar para a Europa e foi orientada pelo médico a tomar uma vacina que fosse aceita na União Europeia.
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De acordo com a polícia, a idosa induziu a enfermeira ao erro e obteve vantagem ilícita agindo por motivo fútil e egoísta, causando prejuízo financeiro e sanitário.
Por meio do inquérito, a polícia oficiou o Ministério Público para conhecimento do caso e eventuais providências.
A polícia pediu também que a Prefeitura de Pirajuí apresente a enfermeira e outra servidora para prestarem depoimento, forneça relatório do sistema de saúde com as informações sobre as vacinas aplicadas na investigada com indicação de data, local, fabricante e lote.
O inquérito pede ainda que a prefeitura informe qual o procedimento adotado para confirmar os dados da aplicação de vacina e encaminhe um relatório informando o valor aproximado para aquisição, transporte, armazenamento e aplicação de uma dose da vacina AstraZeneca.
A idosa será notificada para ser ouvida sobre o caso e será feito um levantamento dos antecedentes criminais da investigada.
Em nota, a prefeitura de Pirajuí informou que “a cidadã em questão, por ser uma pessoa que levava uma vida idônea, que inclusive trabalhou por anos na saúde, houve a confiança em não consultar antes da vacinação”.
A nota informa ainda que foi realizado o boletim de ocorrência de preservação de direitos pela enfermeira responsável da sala de vacina, pois a paciente mentiu sobre não ter tomado vacina anterior. Informou ainda que fez o comunicado do erro de administração, e a equipe recolheu o comprovante da vacinação na casa da idosa.
A prefeitura disse ainda que todos que tomam a vacina são consultados com uso de tablets que chegaram recentemente para que esse tipo de conduta não ocorra mais. Disse ainda que é enviado periodicamente relatórios sobre as vacinas para o MP e Tribunal de Contas do Estado e que irá prestar todos os esclarecimentos pedidos pela Polícia Civil.
Viagens para exterior
No começo deste mês de junho, vários países europeus, com a França e a Espanha, abriram suas fronteiras para turistas sem a necessidade de quarentena, porém o Brasil tem ficado de fora dessas flexibilizações devido ao chamado “especial risco epidemiológico” do país.
A União Europeia decidiu permitir a entrada de viajantes que tenham recebido a segunda dose da vacina ao menos 14 dias antes de viajar.
A regra, por enquanto, vale para vacinas aprovadas pela agência sanitária europeia, mas países do bloco também podem ampliar a permissão para imunizantes aprovados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como é o caso da CoronaVac.
A Espanha é um dos exemplos, porém, os turistas brasileiros continuam com a restrição e a necessidade de quarentena mesmo imunizados.
Fonte: G1 – Foto: William Silva e Fernanda Elnour/TV TEM