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A Polícia Civil de Buri (SP) vai investigar um caso de maus-tratos depois que uma moradora registrou um boletim de ocorrência alegando que seu filho de 3 anos voltou da escola com sinais de desnutrição.
Segundo o BO, a mãe relatou que a criança foi diagnosticada com Transtorno de Espectro Autista (TEA) e tem uma seletividade alimentar, por isso, só se alimenta de leite de soja e bananas.
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No entanto, ela disse à polícia que a direção da escola municipal onde o menino estuda não permitiu a alimentação especial na unidade.
De acordo com o registro policial, feito no último dia 24, a mulher afirmou que a criança perdeu quatro quilos em nove dias e estava abaixo do peso ideal para a idade.
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O caso
Conforme o boletim de ocorrência, a mulher contou que explicou sobre as restrições alimentares do filho logo que as aulas começaram, mas a diretora da escola em Buri não permitiu que ela levasse os alimentos na unidade.
Segundo o relato da moradora à polícia, ela chegou a dizer que iria até a escola do filho nos horários das refeições para alimentá-lo no carro, mas também não foi autorizada. A mãe afirmou que a diretora disse que venceria o menino “pelo cansaço” e o faria comer.
No dia em que a criança completava uma semana na escola, a mãe foi buscá-lo e a professora comentou que ele havia vomitado. A mulher contou aos policiais que o menino continuou vomitando ao chegar em casa e desmaiou no caminho para a Santa Casa de Itapeva.
Segundo o boletim de ocorrência, o médico da Santa Casa afirmou à mãe que o menino estava desidratado, desnutrido e teve que ficar em observação por 24 horas.
A partir disso, a mulher contou à polícia que procurou a direção da escola novamente, mas decidiu tirar o filho da unidade depois que a diretora insistiu que não iria acatar a seletividade alimentar do menino.
Posicionamento da escola
Depois da denúncia, a direção da escola municipal se pronunciou sobre o assunto. Segundo a unidade, existem regras sobre os alimentos disponibilizados na escola, que são sempre fornecidos pela prefeitura, e o laudo entregue pela moradora não especificava a necessidade de um leite diferenciado para a criança.
A diretora também afirmou que o menino frequentou a escola por poucos dias e ficou afastado por um tempo pois um familiar estava com H1N1.
Sobre a seletividade alimentar, a diretora disse que a professora do aluno foi instruída a trabalhar com ele o “prato da aprendizagem”, para que ele experimentasse, aos poucos, novas texturas e sabores.
Ela também afirmou que está no cargo há 20 anos, tem especialização em Transtorno do Espectro Autista e nunca houve caso de desnutrição dentro da escola. Por fim, disse que o aluno é querido na unidade e que todas as provas serão apresentadas à Justiça.
Um boletim de ocorrência por maus-tratos foi registrado e o caso será investigado pela Polícia Civil de Buri.
A reportagem também tentou contato com a Secretaria de Educação de Buri, mas não houve retorno até a publicação da matéria.
Fonte: G1