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A polícia da Nicarágua prendeu nesta sexta-feira (27) o vigilante particular suspeito de matar a estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima (foto).
Segundo um comunicado distribuído à imprensa, Pierson Gutiérrez Solis, de 42 anos, carregava uma carabina M4 quando foi detido, o mesmo tipo de armamento que teria sido usado para matar Raynéia.
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De acordo com Ernesto Medina, reitor da Universidade Americana em Manágua (UAM), onde a brasileira estudava, ela morreu após ser atingida por tiros disparados por “um grupo de paramilitares” que estava na casa de Francisco López, tesoureiro da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o partido do governo.
A polícia, no entanto, nega a acusação e diz que o vigilante é o autor dos disparos.
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Segundo um relatório do IML, a morte de Raynéia foi provocada por ferimentos causados por projéteis de arma de fogo recebidos no tórax e abdome. O laudo não menciona quantos tiros ela recebeu.
A estudante de 30 anos morreu quando voltava para casa após um plantão. Aluna do sexto ano de medicina, ela fazia residência e planejava voltar ao Brasil em 2019, segundo sua família.
Informações insuficientes
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou nesta sexta-feira (27), na África do Sul, que são “extremamente insuficientes” as informações transmitidas até o momento pelo governo da Nicarágua sobre a morte da estudante.
Aloysio Nunes lembrou que o governo brasileiro já cobrou oficialmente explicações da Nicarágua. A embaixadora do país no Brasil, Lorena Martínez, foi convocada a prestar esclarecimentos, e o embaixador do Brasil na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos, foi chamado ao Brasil para consultas.
Violência
A Nicarágua está envolvida atualmente em sua maior crise política e na maior onda de violência desde a Revolução Sandinista, que terminou com a ditadura da dinastia Somoza em 1979. Mais de 440 pessoas morreram nos últimos três meses em repressões a manifestações contra o governo de Daniel Ortega, que se nega a antecipar eleições presidenciais.
Segundo a mãe de Raynéia, Maria José da Costa, a estudante se queixou da falta de segurança no país em seus últimos contatos com a família. “Ela me dizia sempre que lá estava muito perigoso, que ninguém estava saindo na rua”, contou na terça-feira (24).
Fonte: G1