Polícia Civil investiga ao menos dez casos de agressão em ‘Festa da Uva’; vítima de 25 anos está em coma no interior de SP

A Polícia Civil de São Miguel Arcanjo (SP) informou que investiga ao menos dez casos de agressões que teriam ocorrido durante a 37ª Festa da Uva, no último final de semana. Entre as vítimas, um jovem de 25 anos teve fraturas expostas na cabeça e segue em coma no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um trecho do tumulto, ocorrido na noite de sábado (4) e madrugada de domingo (5). Nas imagens, é possível ver um grupo de seguranças usando cassetetes para atingir as vítimas.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, das vítimas que apresentaram queixa, oito foram apontadas por meio de um registro da Polícia Militar.

No último domingo, a corporação havia sido acionada para atender a um suposto caso de disparo de arma de fogo, mas no evento, a equipe constatou que se tratava de uma confusão generalizada.

Os policiais se dirigiram até o Hospital Nipo-Brasileiro, onde localizaram parte das vítimas.

Conforme o registro apresentado pela PM, a suspeita é de que confusão teria se iniciado após seguranças barrarem a entrada de uma pessoa, não autorizada, no camarote.

No entanto, segundo a Polícia Civil, isso só esclarece uma das agressões cometidas durante a madrugada de domingo. Vale ressaltar que parte das queixas foram apresentadas no sábado.

Diante do ocorrido, um inquérito foi instaurado para investigar o caso. Nesta semana, testemunhas e a organização do evento devem ser ouvidas.

Posicionamentos

Em nota, a organizadora do evento disse que o tumulto começou após uma briga no camarote. “ (…) as pessoas envolvidas foram imediatamente retiradas do camarote pelos seguranças, e já do lado de fora forçaram o retorno para continuar a confusão, momento em que a equipe de segurança teve que retirá-los pela segunda vez, e nesse momento, outras pessoas que até então não estavam envolvidas no incidente começaram uma confusão generalizada”, relataram.

Ainda em nota, a defesa afirmou que a empresa de segurança terceirizada agiu para defender os visitantes da festa, conforme dever legal. Ressaltou, inclusive, que investigará casos de uso excessivo e abusivo de força, “ (…) bem como as pessoas responsáveis pelos atos de violência e pânico gerados serão investigados e punidos na forma da lei”, completou.

A Prefeitura de São Miguel Arcanjo, em nota, manifestou repúdio a qualquer ato de violência e afirmou que os fatos estão sendo devidamente apurados pelas autoridades competentes.

Relatos

O g1 conversou com a mãe de um jovem de 25 anos que entrou em estado de coma após as agressões.

Bruno Menechuk estava na saída do evento quando teria sido abordado pelos seguranças. Ele sofreu fraturas expostas na cabeça e lesões graves na região abdominal, por isso, foi transferido para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (SP).

“Foi muita violência misturada com crueldade. Meu filho estava ali pra se divertir e agora está intubado. Se eu estivesse na festa, poderia ter protegido ele”, lamentou Ivone.

Revoltada com a situação e em busca de justiça, a mãe do jovem registrou um boletim de ocorrência contra os seguranças.

Ao g1, outra vítima contou ainda que estava com os amigos em frente ao camarote quando foi abordada pelos seguranças, que teriam feito um “cordão” humano e partido para as agressões.

O rapaz explicou que, após as agressões, procurou abrigo na base da Polícia Militar e, na sequência, foi até o Hospital Nipo-Brasileiro, onde foi medicado e recebeu seis pontos na cabeça.

Fonte: G1