24 de fevereiro, 2025

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PM diz ter sido chamado de ‘macaco’ e confessa agressão a jovem em coma

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Policial (à direita) se apresentou ao lado de advogado e confessou agressão (Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade)

Um policial militar se apresentou à Polícia Civil nesta quarta-feira (3) e confessou ter agredido o jovem de 23 anos que ficou em coma após ser espancado na área externa do Boulevard Shopping, no município de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador. De acordo com o delegado João Uzzum, titular da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), o PM Miguel Ângelo Almeida de Assis, 39 anos, alegou que deu um soco no rapaz após ser chamado de ‘macaco’ pela vítima, durante uma discussão no centro de compras.

O caso ocorreu na noite do último sábado (30) e foi denunciado à polícia pelo pai da vítima, Milton da Silva França. O jovem está internado no Hospital Geral Clériston Andrade. De acordo com o delegado Uzzum, o policial, que integra o quadro da PM há oito anos, se apresentou nesta terça acompanhado de um advogado e, após prestar depoimento, foi liberado e responderá ao processo em liberdade.

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Rapaz agredido está internado em coma (Foto: Reprodução/TV Subaé)
Rapaz agredido está internado em coma (Foto: Reprodução/TV Subaé)

“Ele [o PM] foi reconhecido por uma testemunha como sendo o autor da agressão. Além disso, imagens de câmeras de segurança às quais a polícia teve acesso também levaram a ele. O PM, que é negro, confessou a agressão, alega ter havido uma discussão e diz que o rapaz chamou ele de macaco. Ele afirma que, por conta da ofensa, ficou nervoso e deu um soco na vítima”, disse o delegado, em contato com o G1.

Ao contrário do que o pai da vítima disse na denúncia, de que o filho teria sido agredido por dois seguranças do shopping, o PM alegou que não trabalha no estabelecimento comercial.

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“Ele alega que não é segurança do shopping, mas tudo indica que se trata de um segurança clandestino. E foi apenas ele quem agrediu. Não houve um segundo agressor. Isso fica claro nas imagens analisadas pela polícia. Um segurança do shopping estava também na situação, mas somente ele [o PM] agrediu. As testemunhas também dizem o mesmo”, destacou Uzzum.

Ainda conforme o delegado, o PM foi liberado por ter se apresentado espontaneamente. “Ele também tem emprego fixo e, por isso, não vejo elementos para pedir a prisão preventiva dele. O inquérito vai tramitar de maneira regular e nós temos prazo de 30 dias para remeter á Justiça”, afirmou Uzzum.

Amigo de rapaz agredido conta relato caso (Foto: Reprodução/TV Subaé)
Amigo de rapaz agredido conta relato caso (Foto: Reprodução/TV Subaé)

Caso
O pai do jovem de 23 anos denunciou que dois seguranças do Boulevard Shopping espancaram o filho na área externa do estabelecimento. Milton da Silva França afirma que o filho estava acompanhado de um amigo no momento da agressão.

Ambos chegaram ao shopping de motocicleta por volta das 21h. Ao entrarem no empreendimento, Milton conta que o amigo do filho questionou o motivo de estarem sendo encarados pelos seguranças. “Será que estão pensando que somos vagabundos?”, disse o pai sobre a pergunta feita pelo rapaz aos vigilantes.

Por meio do relato do amigo do filho, o pai conta que ambos foram pegos à força pelos braços após o questionamento, mas conseguiram se desprender e entrar no shopping. Na saída, cerca de 15 minutos depois, diz que os rapazes foram novamente surpreendidos pelos seguranças.

“Um deles deu um murro no meu filho. O amigo conseguiu correr. Caído, meu filho provavelmente foi agredido com chutes. Ele teve que fazer uma cirurgia às pressas para limpar os pulmões. Os chutes que eles deram atingiram [os pulmões]. O caso é muito sério, mas no momento o quadro clínico do meu filho é estável”, afirma.

Milton França denuncia que filho de 23 anos foi espancado em shopping (Foto: Reprodução / TV Subaé)
Milton França denuncia que filho foi espancado em shopping (Foto: Reprodução/TV Subaé)

Sem se identificar, o amigo da vítima contou o que aconteceu: “Quando a gente entrou na loja, eu fiz um simples comentário com meu colega, os seguranças retiraram a gente da loja e começou uma discussão verbal”, disse o rapaz.

“A gente comentou, porque eles estavam olhando demais para a gente, ou seja, racismo por a gente estar usando roupas de marca ou ser negro”, completou.

O rapaz conta que as agressões ocorreram após eles saírem do estabelecimento. “Ao sair da loja, a gente foi acompanhados por eles, próximo à saída, quando aconteceu a agressão e o espancamento”, afirmou.

Para o pai, o filho e o amigo foram vítimas de preconceito. “Eu acho que é preconceito pelo uso de tatuagem no braço, na perna. Um absurdo. Meu filho é trabalhador. Ele trabalha como fotógrafo. Por isso, fiz questão de denunciar. Não quero que isso se repita com mais ninguém”, desabafa.

Por meio de nota, o Boulevard Shopping informou que está apurando os fatos ocorridos na saída do seu estacionamento externo. Ao tomar conhecimento da situação, o shopping disse que uma equipe de bombeiros do empreendimento prestou os primeiros socorros e chamou o Samu imediatamente para prestar o atendimento à vítima. A administração do empreendimento disse ainda que está colaborando com as investigações policiais e ressaltou que a equipe de funcionários trabalha fardada e devidamente identificada.

Fonte: G1

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