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As dificuldades da Itália para vacinar as pessoas mais vulneráveis contra a covid-19 custaram milhares de vidas, denunciou nesta sexta-feira (9) um especialista após as críticas do primeiro-ministro Mario Draghi contra aqueles que furam fila para se vacinar.
Depois de ter sido um dos países mais afetados pela pandemia, a Itália iniciou sua campanha de vacinação no início do ano.
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No entanto, não conseguiu alcançar totalmente os grupos de maior risco, como os idosos, entre os mais vulneráveis ao vírus.
Se o plano “ideal” de vacinação para idosos tivesse sido seguido de forma mais rigorosa, a Itália teria registrado 8.000 mortes a menos do que as 33.000 registradas desde o início do ano, disse Matteo Villa, pesquisador do centro de estudos ISPI de Milão.
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“A contagem seria de 25.000”, assegurou.
“A estratégia foi desequilibrada, algumas regiões ficaram para trás e muitos furaram a fila”, lamentou Villa em um tuíte.
O assunto foi abordado na quinta-feira pelo primeiro-ministro Mario Draghi durante uma coletiva de imprensa na qual pediu aos dirigentes das 20 regiões da Itália que melhorem a campanha de vacinação caso queiram suspender as medidas restritivas em vigor.
“Quão conscientes estão as pessoas que furam a fila e são vacinadas primeiro, sabendo que colocam aqueles com mais de 75 anos ou os mais vulneráveis em perigo real de vida?”, questionou.
De acordo com dados oficiais, a Itália administrou 12 milhões de vacinas até o momento, das quais 4,2 milhões em pessoas com 80 anos ou mais e apenas 1,26 milhões em pessoas com 70 anos ou mais.
Também administrou 3,1 milhões de vacinas ao pessoal da saúde, um milhão ao pessoal da educação e 2,4 milhões à categoria definida como “outros”, que também inclui os chamados “vivos”, que furam fila, cujo número não pode ser calculado.
Para alguns especialistas, a Itália está vacinando as pessoas erradas e acusam o sistema descentralizado de saúde, administrado pelos governadores das 20 regiões, que definem a prioridade de vacinação.
“Em algumas regiões eles vacinaram jornalistas. Em outras, advogados. Em outras, professores universitários. Não há lógica”, comentou na televisão Roberto Burioni, professor de microbiologia e virologia da Universidade San Raffaele de Milão.
Por sua vez, o líder da comissão nacional antimáfia, Nicola Morra, pediu dados de quatro regiões, entre elas Sicília, Calábria e Campânia, para rever os critérios com que decidiram vacinar e impedir a infiltração da máfia no sistema.
Fonte: Yahoo!