19 de janeiro, 2025

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Pilotos preveem pista pouco tolerante a erros no GP da Arábia Saudita da F1

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No segundo treino livre do GP da Arábia nesta sexta-feira, Charles Leclerc “inaugurou” as barreiras de proteção do Circuito de Jeddah; peculiar, ele é o segundo maior traçado da Fórmula 1 com 6,175 km de extensão e impressionantes 27 curvas, quase todas cercadas por muros. A avaliação do desafio prometido pela pista foi positiva por parte dos pilotos, mas eles reconheceram que não haverá espaço para erros.

– O congestionamento na pista é definitivamente muito pior do que em outros lugares que vamos. É no estilo de Mônaco, só que a velocidade e a distância para outros carros beiram uma zona de perigo. Mas é incrivelmente rápido e, se você conseguir pegar o ritmo, é lindo de dirigir. Notei imediatamente é que a aderência é muito alta – observou Lewis Hamilton, mais rápido nos treinos livres do dia.

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Charles Leclerc bateu no segundo treino livre do GP da Arábia Saudita da F1  — Foto:  Hasan Bratic/picture alliance via Getty Images
Charles Leclerc bateu no segundo treino livre do GP da Arábia Saudita da F1 — Foto: Reprodução)

O incidente com Leclerc foi nos minutos finais do segundo treino livre: o monegasco estava em décimo lugar e perdeu a traseira do carro ao deixar a curva 22, batendo por trás no muro e, depois, de lado. Apesar do estrago na Ferrari do piloto de 24 anos, que teve a traseira completamente destruída, bem como a asa dianteira, ele saiu sozinho do cockpit.

O muro atingido pelo monegasco e que cerca boa parte da pista em Jeddah é chamado de SAFER barriers, sigla para “Sistema de barreiras e redução de energia com aço e espuma”, em português. Ele foi desenvolvido para a Fórmula Indy nos Estados Unidos, em 2002, e instalada nos circuitos ovais.

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Rival de Hamilton na briga pelo título em 2021, Max Verstappen já havia previsto que o Circuito de Jeddah, cujas curvas são quase todas de alta velocidade, não toleraria erros:

– Pilotei neste circuito no simulador, e parece ser uma pista muito rápida. E não há margem para erros. Isso é sempre um jogo de adivinhação, porque ainda não corremos lá de verdade. Mas estou ansioso para o desafio e animado por voltar a novos circuitos este ano.

Companheiro de Leclerc na Ferrari, Carlos Sainz chamou atenção para os pontos cegos que os muros e curvas criam nos pilotos e que podem causar perigo no caso de algum incidente que não será possível avistar com antecedência.

– Como piloto você tenta não pensar muito sobre isso e confiar nos padrões da FIA, que normalmente são muito precisos. Mas se houver um acidente 3s à sua frente, estaremos a mais de 250 km/h em todas as curvas e não haverá tempo para reagi, porque não podemos ver através das paredes. Precisamos confiar nas medidas de segurança da FIA e esperar que eles tenham feito o dever de casa corretamente, porque a pista em si parece desafiadora – opinou o espanhol.

Vista aérea da remoção do carro de Charles Leclerc detalha proteção que monegasco atingiu nos treinos do GP da Arábia Saudita — Foto:  Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images
Vista aérea da remoção do carro de Charles Leclerc detalha proteção que monegasco atingiu nos treinos do GP da Arábia Saudita (Foto: Bryn Lennon – Formula 1/Formula 1)

Um dos destaques dos treinos em Jeddah, Pierre Gasly reforçou a preocupação de Sainz no caso de algum incidente:

– Será importante para os fiscais ter rapidez e eficiência nas reações, porque onde quer que desviemos, o carro vai voltar pra pista, e a velocidade média aqui é de 250 km/h. Vamos ter que usar o bom senso entre os pilotos porque pode ser muito perigoso. Entrar muito lento em uma curva com pontos cegos não é algo que devemos fazer.

Companheiro de Hamilton na Mercedes, Valtteri Bottas concordou com o colega sobre a aderência da pista, elemento cuja ausência se tornou um grande problema em outras ocasiões, como no GP da Turquia de 2020, que precisou ser reformado às pressas para receber a F1 e virou uma pista de patinação com a chuva e lama.

– Jeddah é barra pesada. Pé no acelerador, muito perto dos muros, alta velocidade, mas é disso que gostamos. No primeiro treino, tinha um pouco de poeira, mas nada extremo, graças às outras categorias correndo aqui antes. Fizeram um bom trabalho com o tarmac, temos aderência. Não é uma pista com muitas lombadas – observou o finlandês.

Trecho do Circuito de Jeddah, palco do GP da Arábia Saudita da F1 (Foto: Bryn Lennon – Formula 1/Formula 1)

Mesmo preocupados, os pilotos também viram com bons olhos as condições excepcionais do Circuito de Jeddah, o que pode apimentar ainda mais a disputa em uma temporada já movimentada.

– Eu gosto desse tipo de pista maluca, como Baku. Isso leva tudo ao limite, vai ser divertido. Parece bem exigente, pois é rápida e fechada por muros, e a velocidade será muito alta, com chicanes e curvas rápidas uma após a outra e pouco espaço para descanso. Será um desafio para os engenheiros descobrir a melhor forma de ajustar o carro com tantas demandas. E será uma volta bem longa, então deve ser muito físico pra nós. É importante manter o foco – alertou Esteban Ocon, da Alpine.

Sergio Pérez, colega de Verstappen na RBR, teve um primeiro dia discreto na Arábia Saudita, mas sua avaliação do novo circuito segue a linha de seus rivais:

– A pista é única, bem rápida, só que pode ser assustador. Um erro aqui pode custar muito caro. Espero que possamos ser competitivos, todos aqui estão muito confiantes. É um circuito fluído, muito gostável. Mas vai ser complicado na classificação com a gestão do congestionamento. Será desafiador conseguir a volta perfeita aqui.

Os pilotos retornam para a pista no terceiro e último treino livre do GP da Arábia Saudita neste sábado, antecedendo a classificação da etapa. Esta é a penúltima rodada do campeonato, que termina em 12 de dezembro com o GP de Abu Dhabi.

Fonte: G1

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