27 de novembro, 2024

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Pessoas cercam lixo de supermercado em busca de comida em BH; ‘vergonha é roubar’, diz uma delas

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Na porta de um supermercado no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, um grupo de pessoas espera que o lixo seja colocado na calçada. Já passa das 21h desta sexta-feira (8). Os caixotes são rapidamente cercados por homens e mulheres em busca de algo para aproveitar.

“Dá para selecionar. Tem muita coisa boa que a gente pega. Sou aposentada, mas o salário não dá”, disse Selma Natividade Ferreira.

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Selma espera pelo caminhão de lixo em busca de frutas e legumes — Foto: Danilo Girundi/TV Globo
Selma espera pelo caminhão de lixo em busca de frutas e legumes (Foto: Danilo Girundi/TV Globo)

“Eu pego melancia porque dão, volto em casa. Tomo banho, janto, vejo novela e volto para cá às onze da noite. Eu espero o caminhão até às 3h”, contou a aposentada.

Com a chegada do caminhão de lixo, a busca pela comida começa.

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O coletor Leandro dos Santos Jesus se comove com as pessoas que cercam o lixo — Foto: Danilo Girundi/TV Globo
O coletor Leandro dos Santos Jesus se comove com as pessoas que cercam o lixo (Foto: Danilo Girundi/TV Globo)

“Dói ver né? A gente chega a selecionar lá dentro o que dá para deixar eles pegarem. A situação está difícil para todo mundo e a gente tem que entender a situação”, falou o coletor Leandro dos Santos Jesus.

Hortaliças e frutas são escolhidas com cuidado em em meio ao lixo. Muitas famílias só têm esta opção para se alimentar.

Maria Clívia tem duas filhas e só consegue colocar frutas na mesa graças ao lixo do supermercado — Foto: Danilo Girundi/TV Globo
Maria Clívia tem duas filhas e só consegue colocar frutas na mesa graças ao lixo do supermercado (Foto: Danilo Girundi/TV Globo)

“Vergonha é roubar, pedir e esperar, não é vergonha. É a forma de colocar fruta, verdura e legumes na mesa lá de casa. Já teve dia de eu voltar sem nada para casa”, disse a empregada doméstica Maria Clívia Vasconcelos Sousa, mãe de duas filhas.

Miséria

Segundo a prefeitura, cerca de 68 mil famílias de Belo Horizonte sobrevivem com menos de R$ 89 por pessoa mensalmente, segundo a prefeitura. Outras 16 mil, tem renda per capita mensal entre R$ 89,01 e R$ 178.

De janeiro a abril deste ano, cerca de 10 mil pessoas cruzaram a linha da pobreza ou da pobreza extrema.

Fonte: G1 – Foto: Danilo Girundi/TV Globo

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