Pescadores descobrem uma tábua com escritos em idioma nunca antes estudado

Um grupo de pescadores descobriu uma pequena tábua contendo escritos em idioma nunca estudado, na Geórgia. O artefato misterioso foi encontrado na região de Dmanisi, local que conta com influência da Europa e da Ásia. Em artigo publicado na revista científica Journal of Ancient History and Archaeology, arqueólogos afirmam estarem estudando o objeto.

Embora tenha sido informada agora, a descoberta ocorreu em 2021. Na época, um grupo de pescadores que atuava no Lago Bashplemi estranhou uma pedra no local e decidiu pegá-la. Depois de fazer uma limpeza, viram que se tratava de um artefato fora do comum. A partir disso, entraram em contato com autoridades locais e um grupo de arqueólogos ficou responsável pelo estudo da tábua.

O grupo contém especialistas de diferentes instituições, como o Museu de História da Geórgia e a Universidade Ivane Javakhishvili Tbilisi State. Segundo a equipe, embora a escritura encontrada na pedra ainda não seja de idioma conhecido, alguns símbolos possuem semelhanças com linguagens já aprendidas.

“Em geral, a inscrição não repete nenhuma linguagem que conhecemos. No entanto, muitos dos símbolos utilizados assemelham-se a alguns encontrados no Oriente Médio”, disse um porta-voz dos pesquisadores.

Até o momento, 60 símbolos foram identificados. Segundo o estudo, alguns desses caracteres poderiam ser de sinais de pontuação ou números. Essa linha de raciocínio faz os especialistas trabalharem com a hipótese de estarem diante de algum tipo de alfabeto.

Mas o fato de ainda não ter sido identificado, não significa que o idioma não tenha semelhança com línguas antigas já conhecidas, afirmam os autores do estudo. De acordo com eles, o texto parece fazer algum sentido quando lido na horizontal, embora ainda não tenham a certeza se deve ser lido da esquerda para direita ou da direita para esquerda.

O texto já foi comparado com mais de 20 línguas escritas antigas. Por enquanto, alguns detalhes remetem à escrita proto-kartveliana, que teve seu auge no século IV a.C, na Geórgia e na Península Ibérica. Também há uma suspeita de símbolos da Idade do Bronze, como as runas da Cólquida ou o alfabeto mrgvlovani, ambos relacionados com o país.

Fonte: Extra