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Os presidentes de Peru e Colômbia, Martín Vizcarra e Iván Duque, propuseram nesta terça-feira (27) aos países da região amazônica umareunião urgente, em 6 de setembro, para assinar um pacto e coordenar ações em defesa da Amazônia. Se confirmada, a cúpula deve ocorrer em Letícia – cidade colombiana na tríplice fronteira dos dois países com o Brasil.
“Os presidentes reconheceram a necessidade de unir esforços em benefício da proteção e do uso sustentável da região Amazônica, por ser um dos ecossistemas mais importantes para a resiliência do planeta”, diz um documento oficial.
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“Precisamos elevar nossa voz a um nível presidencial e fazer um pacto em que todos possamos coordenar nossas ações para proteger a Amazônia”, disse o presidente da Colômbia.
Segundo comunicado, a nova cúpula – proposta pelo governo colombiano – tentará “estabelecer um Pacto que procure sua conservação, desenvolvimento e aproveitamento sustentável, em benefício das comunidades que a habitam, com pleno respeito às respectivas soberanias nacionais”.
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“Não deve haver apenas uma política reativa por causa da emergência que nossos países vizinhos enfrentam. Em vez disso, deve haver uma visão de longo prazo sobre como evitar o desmatamento”, afirmou Vizcarra, presidente do Peru.
O comunicado não menciona quais seriam os demais participantes. Peru e Colômbia evitaram mencionar a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), com sede em Brasília e que agrupa oito países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Impasse internacional
A proposta dos países sul-americanos vem no mesmo dia em que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou que o presidente da França, Emmanuel Macron, terá de “retirar insultos” contra ele e contra o Brasil antes de considerar aceitar a ajuda de US$ 20 milhões (cerca de R$ 82 milhões) dos países do G7 para combater queimadas na Amazônia.
Na segunda-feira (26), Macron disse em entrevista à imprensa que a ajuda oferecida era de 20 milhões de euros. Nesta terça-feira (27), no entanto, a presidência francesa confirmou que o valor é US$ 20 milhões (cerca de 18 milhões de euros).
Mais tarde, o porta-voz do Planalto, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o governo brasileiro pode aceitar doações de países e organismos internacionais para combater queimadas na Amazônia desde que fique responsável por gerir os recursos.
Bolsonaro tem afirmado que países estrangeiros têm interesse na Amazônia em razão das riquezas da região e que o Brasil deve preservar sua soberania no local.
Macron disse durante a cúpula do G7, ao ser questionado sobre a possibilidade de um status internacional para a Amazônia, que pode ser o caso se um “Estado soberano” tomar de “maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta”.
“A verdade é que associações, ONGs e atores internacionais, inclusive jurídicos, questionaram em diversos anos se era possível definir um status internacional para a Amazônia”, afirmou Macron.
A palavra francesa que Macron usou, “statut”, tem dois significados, e isso gerou confusão na imprensa internacional e até mesmo na França. Alguns jornalistas entenderam que o presidente francês estava propondo definir “um status internacional para a Amazônia”; outros entenderam que era “um estatuto internacional para a Amazônia”, que seria um marco regulatório definindo regras para proteger a floresta.
Fonte: G1