08 de julho, 2025

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PEC do teto de gastos é aprovada em 2º turno no Senado e será promulgada

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Em uma sessão tumultuada, o Senado aprovou nesta terça-feira (13), em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos.

O texto foi aprovado por 53 votos a favor e 16 contra. Para a aprovação, eram necessários três quintos (49) dos votos dos 81 senadores. A sessão do Congresso Nacional destinada à promulgação está marcada para as 9h desta quinta-feira (15).

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No último dia 30, a PEC já havia sido aprovada em primeiro turno pelo Senado, por 61 votos a 14. Mas, por se tratar de uma mudança na Constituição, o texto ainda precisava passar por uma segunda votação.

Votos favoráveis diminuíram

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Pró e contra

A proposta foi enviada pelo Palácio do Planalto ao Congresso em junho e, ao lado da reforma da Previdência, é considerada por governistas como essencial para o reequilíbrio das contas públicas.

Senadores da oposição chamam a proposta de “PEC da maldade” porque, na visão deles, a medida vai congelar investimentos nas áreas de saúde e educação, o que os governistas negam.

Os oposicionistas citaram pesquisa Datafolha, divulgada pelo jornal “Folha de S. Paulo”, segundo a qual 60% dos entrevistados se posicionaram contra a PEC do teto.

Protestos contra a medida foram registrados em vários estados. Em Brasília, a Polícia Militar fechou os acessos ao Congresso Nacional.

Destaques

Depois de aprovado o texto-base, os senadores analisaram dois destaques (alterações) para retirar, do teto de gastos, despesas com reajustes do salário mínimo e investimentos em saúde e educação.

Para defender a retirada dos investimentos em saúde do teto de gastos, senadores da oposição chegaram a citar uma declaração do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

O tucano afirmou que se não houver aumentos de investimentos na área, acima da inflação, nos próximos 20 anos, a conta “não fecha”.

Os destaques foram rejeitados e o texto foi mantido na forma em que foi aprovado pela Câmara dos Deputados.

Bate-boca

Adversários do Palácio do Planalto protagonizaram discussões com governistas durante a sessão.

Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, por ter realizado três sessões em único dia para acelerar a tramitação e permitir a votação da PEC nesta terça-feira.

O peemedebista negou que estivesse “atropelando” e lembrou que Lindbergh participou de reunião que acordou o calendário de votação. Já Fátima Bezerra (PT-RN) e José Medeiros (PSD-MT) trocaram ofensas durante debate da proposta.

Defensor da proposta, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) afirmou em plenário que a medida é necessária para a recuperação da crise econômica. Ele rebateu acusações da oposição de que os investimentos em saúde e educação serão reduzidos com a implementação da PEC.

“A medida proposta pelo governo deixa claro os valores mínimos que devem ser investidos em saúde e educação”, disse. “Nada impede que o governo gaste mais que a inflação nessas áreas, mas, para isso, terá que cortar de outro lugar”, completou.

Parlamentares da oposição, por outro lado, argumentam que a PEC trará consequências negativas à população, principalmente aos mais pobres, com cortes de gastos saciais e serviços públicos.

Senadores do PT foram além das críticas à proposta e, quatro dias após a divulgação de informações de delação de ex-executivo da Odebrecht, também pedem a renúncia do presidente Michel Temer e a convocação de eleições diretas.

“Falta a ele [Temer] e ao seu governo condições políticas para continuar governando”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

As regras da PEC do teto de gastos

Confira abaixo os principais pontos da PEC do teto de gastos.

  • As despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário e seus órgãos) só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior;
  • A inflação para 2017, que servirá de base para os gastos, será de 7,2%;
  • Nos demais anos de vigência da medida, o teto corresponderá ao limite do ano anterior corrigido pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA);
  • Se um poder desrespeitar o limite, sofrerá sanções no ano seguinte, como a proibição de realizar concursos ou conceder reajustes;
  • Se um poder extrapolar o teto, outro poder deverá compensar;
  • Os gastos com saúde e educação só serão enquadrados no teto de gastos a partir de 2018;
  • Com relação aos gastos mínimos em saúde, o texto prevê que passem em 2017 dos atuais 13,7% para 15% da receita corrente líquida (somatório dos impostos descontadas as transferências previstas na Constituição). E que, a partir de 2018, esses investimentos se enquadrem no teto de gastos, sendo corrigidos pela inflação.
  • Ficam de fora das novas regras as transferências constitucionais a estados e municípios, além do Distrito Federal, os créditos extraordinários, as complementações do Fundeb, gastos da Justiça Eleitoral com eleições, e as despesas de capitalização de estatais não dependentes;
  • A partir do décimo ano de vigência do limite de gastos, o presidente da República poderá um projeto de lei ao Congresso para mudar a base de cálculo.

Confira como votaram os senadores

Votaram a favor da PEC:

  1. Aécio Neves – PSDB-MG
  2. Aloysio Nunes – PSDB-SP
  3. Alvaro Dias – PV-PR
  4. Ana Amélia – PP-RS
  5. Antonio Anastasia – PSDB-MG
  6. Antonio Carlos Valadares – PSB-SE
  7. Armando Monteiro – PTB-PE
  8. Ataídes Oliveira – PSDB-TO
  9. Benedito de Lira – PP-AL
  10. Deca – PSDB-PB
  11. Cidinho Santos – PR-MT
  12. Ciro Nogueira – PP-PI
  13. Cristovam Buarque – PPS-DF
  14. Dalirio Beber – PSDB-SC
  15. Edison Lobão – PMDB-MA
  16. Eduardo Amorim – PSC-SE
  17. Eduardo Braga – PMDB-AM
  18. Elmano Férrer – PTB-PI
  19. Eunício Oliveira – PMDB-CE
  20. Fernando Bezerra Coelho – PSB-PE
  21. Flexa Ribeiro – PSDB-PA
  22. Garibaldi Alves Filho – PMDB-RN
  23. Gladson Cameli – PP-AC
  24. Hélio José – PMDB-DF
  25. Ivo Cassol – PP-RO
  26. José Agripino – DEM-RN
  27. José Aníbal – PSDB-SP
  28. José Maranhão – PMDB-PB
  29. José Medeiros – PSD-MT
  30. Lasier Martins – PDT-RS
  31. Lúcia Vânia – PSB-GO
  32. Magno Malta – PR-ES
  33. Marta Suplicy – PMDB-SP
  34. Omar Aziz – PSD-AM
  35. Otto Alencar – PSD-BA
  36. Pastor Valadares – PDT-RO
  37. Paulo Bauer – PSDB-SC
  38. Pedro Chaves – PSC-MS
  39. Pinto Itamaraty – PSDB-MA
  40. Raimundo Lira – PMDB-PB
  41. Reguffe – Sem Partido-DF
  42. Ricardo Ferraço – PSDB-ES
  43. Roberto Muniz – PP-BA
  44. Romero Jucá – PMDB-RR
  45. Ronaldo Caiado – DEM-GO
  46. Sérgio Petecão – PSD-AC
  47. Simone Tebet – PMDB-MS
  48. Tasso Jereissati – PSDB-CE
  49. Telmário Mota – PDT-RR
  50. Valdir Raupp – PMDB-RO
  51. Vicentinho Alves – PR-TO
  52. Waldemir Moka – PMDB-MS
  53. Wellington Fagundes – PR-MT

Votaram contra a PEC:

  1. Angela Portela – PT-RR
  2. Dário Berger – PMDB-SC
  3. Fátima Bezerra – PT-RN
  4. Gleisi Hoffmann – PT-PR
  5. Humberto Costa – PT-PE
  6. João Capiberibe – PSB-AP
  7. Jorge Viana – PT-AC
  8. José Pimentel – PT-CE
  9. Kátia Abreu – PMDB-TO
  10. Lídice da Mata – PSB-BA
  11. Lindbergh Farias – PT-RJ
  12. Paulo Paim – PT-RS
  13. Paulo Rocha – PT-PA
  14. Regina Sousa – PT-PI
  15. Roberto Requião – PMDB-PR
  16. Vanessa Grazziotin – PCdoB-AM

Fonte: G1

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