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O Partido Socialista comandado pelo atual primeiro-ministro, António Costa (foto), venceu a eleição legislativa de Portugal realizada neste domingo (6).
Com quase 99% das urnas apuradas, o partido de Costa recebeu 36,65% dos votos e conquistou 106 cadeiras. Já o Partido Social Democrata (PSD, centro-direita), do atual líder da oposição Rui Rio, ficou em segundo lugar, com 27,9% dos votos e 77 assentos.
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O Bloco de Esquerda teve 9,67% dos votos e conquistou 19 cadeiras. A Coligação Democrática Unitária – formada pelo Partido Comunista Português e pelo Partido Ecologista Os Verdes – ficou na quarta colocação, com 6,46% dos votos e 12 cadeiras.
Apesar da vitória deste domingo, o Partido Socialista não vai ter maioria no Parlamento – eram 230 cadeiras em disputas – e será obrigado a compor com outras agremiações para conseguir governar. Depois do resultado, Costa anunciou que deve procurar outros partidos para formar uma aliança.
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“A estabilidade é essencial para a credibilidade internacional de Portugal e para atrair investidores. O PS vai se esforçar para estabelecer soluções que possam assegurar essa estabilidade em toda a legislatura”, afirmou Costa.
No mandato atual, o Partido Socialista é apoiado pelo Bloco de Esquerda e pela Coligação Democrática Unitária. Na eleição passada, o Partido Socialista recebeu 32,38% e conquistou 85 cadeiras.
A votação foi encerrada às 20h, do horário local (16h do horário de Brasília), com o fechamento das urnas no arquipélago dos Açores.
Economia ajudou Partido Socialista
Costa, de 58 anos chegou ao poder em 2015 graças a uma aliança com a esquerda radical. Com bons resultados na economia, o Partido Socialista era apontado como favorito para vencer a disputa eleitoral. Portugal é um dos únicos países europeus onde a extrema direita não ganha espaço.
O socialista prometeu junto a seus aliados virar a página da austeridade no país onde o desemprego atingiu um pico de 17% em 2013. Costa consolidou a recuperação econômica, adotando medidas como aumento dos salários dos serviços públicos e aposentadorias, que haviam sofrido fortes cortes durante a crise econômica.
O resultado dessa política foi um crescimento de 3,5% em 2017 e 2,4% em 2018. Já o desemprego caiu pela metade e voltou ao seu nível anterior à crise (6,4% em julho). O déficit, que atingiu 11,4% do PIB em 2010, e ainda era de 4,4% em 2015, deve ser de apenas 0,2% neste ano – algo nunca visto desde o retorno da democracia ao país, em 1974.
“Este contexto excepcional é o sonho de todo governo”, sintetiza o economista João Duque, para quem a economia portuguesa desfrutou da situação europeia e do “boom do turismo”, que representa cerca de 10% do PIB.