13 de dezembro, 2025

Últimas:

Parede submarina de 7 mil anos é descoberta na França; veja fotos

Anúncios

Uma extensa parede de pedra, erguida há cerca de 7 mil anos e hoje submersa ao largo da costa oeste da França, acaba de ser oficialmente identificada por uma equipe de arqueologia subaquática. A estrutura, encontrada próxima à Île de Sein, na Bretanha, possui cerca de 120 metros de comprimento e está acompanhada de pelo menos uma dúzia de outras construções menores do mesmo período. Detalhes do achado foram compartilhados na terça-feira (9) no periódico International Journal of Nautical Archaeology.

As estruturas foram originalmente detectadas em 2017, quando o geólogo aposentado Yves Fouquet percebeu padrões incomuns em mapas do fundo marinho obtidos por varredura a laser. Entre 2022 e 2024, mergulhadores confirmaram a existência dos alinhamentos de granito a cerca de nove metros de profundidade. “Mas o que não esperávamos encontrar eram estruturas tão bem preservadas”, destaca o especialista, em entrevista à agência France-Presse (AFP).

Anúncios

Função ainda em debate

Datadas entre 5.800 e 5.300 a.C., as construções são de um período em que o nível do mar era significativamente mais baixo. Os pesquisadores acreditam que a parede e as estruturas associadas possam ter funcionado como armadilhas de pesca ou como muros de contenção erguidos para lidar com a progressiva elevação das águas durante o Holoceno.

Para Yvan Pailler, professor de arqueologia da Universidade da Bretanha Ocidental e coautor do estudo, o achado representa um marco para a arqueologia subaquática. “Esta é uma descoberta muito interessante que abre novas perspectivas, ajudando-nos a compreender melhor como as sociedades costeiras se organizavam”, declarou, também à AFP.

Anúncios

O levantamento técnico indica que as comunidades neolíticas possuíam meios para extrair, transportar e posicionar blocos de granito pesando várias toneladas. Essa habilidade é comparável à empregada séculos depois na construção de monumentos megalíticos característicos da Bretanha, tal qual o famoso Stonehenge, em Salisbury.

Segundo destaca a pesquisa, porém, esse repertório técnico antecede em vários séculos as primeiras arquiteturas megalíticas da região. Isso sugere que formas complexas de organização social e divisão de trabalho já estavam bastante consolidadas entre grupos costeiros.

Tal descoberta reforça a hipótese de que paisagens hoje submersas possam guardar capítulos fundamentais da pré-história europeia, em particular, sobre a capacidade de adaptação humana às mudanças ambientais aceleradas. Veja imagens capturadas no sítio arqueológico submerso:

Fotos tiradas nas estruturas do YAG3c (A a F) e do YAG3c (G a I) em novembro de 2024 (Foto: SAMM, 2024)
Fotos tiradas no TAF1 durante o inverno de 2023. Monólitos no topo da estrutura do TAF1 (Foto: SAMM, 2023)
Fotos tiradas no TAF1 durante o inverno de 2023. A e B: pequenas lajes verticais colocadas lado a lado e paralelas ao eixo. Observadas no topo e nas partes superiores da estrutura TAF1. Nas laterais, as lajes são perpendiculares à inclinação e, como resultado, estão inclinadas para o norte no lado norte e para o sul no lado sul da parede. A corda verde, colocada no topo, mostra o eixo da parede. C: acúmulo de blocos angulares, ligeiramente rombos, medindo algumas dezenas de centímetros e constituindo a maior parte da parede. D: (1) fileira de monólitos verticais; (2) lajes verticais, entre os monólitos; (3) blocos que constituem a parede (Foto: SAMM, 2023)
Fotos tiradas na estrutura TAF1 durante o inverno de 2023. A e B: vista geral das fileiras de monólitos no topo da estrutura. C e D: fileira dupla de monólitos no topo da estrutura TAF1. As duas fileiras paralelas ao eixo da estrutura estão separadas por cerca de 1,5 m (Foto: SAMM, 2023)

Fonte: Galileu

Talvez te interesse

Últimas

Anúncios Ação foi realizada entre os dias 9 e 12 de novembro com foco na fiscalização de motocicletas e na...

Categorias