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A “morte em larga escala, a destruição” e a “dor dos últimos cem dias” desde o início da guerra em Gaza entre Israel e o Hamas são “uma mancha em nossa humanidade comum”, disse o chefe da agência de refugiados da ONU (UNRWA) neste sábado (13).
Já Israel argumenta que trava uma guerra “justa” contra o Hamas para defender “o direito de viver em segurança”, como declarou o chefe do exército. Segundo ele, essa “guerra continuará por muito tempo”. “Ninguém vai nos parar”, disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
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Neste sábado (13), o exército israelense continuou suas operações na Faixa de Gaza, onde as telecomunicações foram, mais uma vez, completamente cortadas.
Desde sexta-feira (12), a guerra entre Israel e o Hamas foi parcialmente transferida para o Iêmen, onde as forças americanas e britânicas realizaram ataques contra os rebeldes iemenitas Houthi, que ameaçam a navegação no Mar Vermelho.
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Ainda neste sábado, os ataques israelenses também atingiram o sul do Líbano contra o Hezbollah, confirmou o exército israelense.
Ao mesmo tempo, a ONU acusou o exército israelense de limitar o fornecimento de combustível, principalmente aos hospitais. Os serviços de telecomunicações foram completamente interrompidos.
“Ninguém vai nos deter”
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado que “ninguém” deteria seu país na guerra na Faixa de Gaza, em retaliação ao ataque sangrento do Hamas em 7 de outubro.
“Ninguém nos deterá, nem [o tribunal de] Haia, nem o Eixo do Mal, nem ninguém mais”, declarou Netanyahu durante uma coletiva de imprensa em Tel Aviv, referindo-se em particular ao pedido da África do Sul ao Tribunal Internacional de Justiça (ICJ) acusando Israel de genocídio na Faixa de Gaza.
Netanyahu disse ainda que as operações militares já haviam “eliminado a maioria dos batalhões do Hamas” no território palestino administrado pelo movimento islâmico.
Sobre a questão dos palestinos deslocados pelos combates – cerca de 1,9 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza, de acordo com a ONU – Netanyahu disse que “existe uma lei internacional e ela diz uma coisa simples: você desloca uma população e não a traz de volta enquanto houver perigo. E o perigo existe”.
Israel está travando uma guerra “justa” contra o Hamas na Faixa de Gaza para defender “seu direito de viver em segurança”, disse o chefe do Estado-Maior do exército israelense neste sábado.
“É importante lembrar que estamos travando uma guerra que é mais justa do que qualquer outra, uma guerra iniciada por um inimigo sanguinário que massacrou desumanamente pessoas inocentes. Não nos esquecemos, não nos esqueceremos e continuaremos a nos lembrar disso, mesmo aqueles que tentam negar”, disse Herzi Halevi.
A guerra foi desencadeada em 7 de outubro por ataques do Hamas que resultaram na morte de cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, em solo israelense, de acordo com uma contagem da agência AFP baseada em números israelenses.
Uma geração de crianças “traumatizadas”
Em contraposição ao premiê de Israel, Philippe Lazzarin, chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), declarou que “já se passaram cem dias desde que essa guerra devastadora começou, matando e deslocando pessoas em Gaza, após ataques atrozes do Hamas e de outros grupos contra pessoas em Israel. Foram cem dias de sofrimento e angústia para os reféns e suas famílias”.
O que a população de Gaza está passando “é insuportável, com uma corrida contra o tempo contra a fome”, alertou o alto funcionário da ONU. “A situação crítica das crianças é particularmente desoladora. Serão necessários anos para curar uma geração inteira de crianças traumatizadas”, observou.
Lazzarini também pediu que edifícios como hospitais e instalações da UNRWA sejam poupados pelos beligerantes. Essas infraestruturas “nunca deveriam ser usadas por nenhuma das partes para fins militares”.
Ele observou que 146 funcionários da UNRWA foram mortos desde o início da guerra.
Iniciada em retaliação por Israel, a guerra em Gaza já matou 23.843 pessoas, a maioria delas mulheres e menores de idade, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde do movimento islâmico palestino.
Fonte: G1