16 de setembro, 2024

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Para combater a poluição espacial, Japão lançará primeiro satélite de madeira do mundo

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Cientistas japoneses criaram uma das naves espaciais mais incomuns do mundo – um pequeno satélite feito de madeira. A sonda LignoSat foi construída em madeira de magnólia, que, em experiências realizadas na Estação Espacial Internacional (ISS), se revelou particularmente estável e resistente a fissuras. Agora estão sendo finalizados planos para que seja lançado em um foguete americano neste inverno (verão no Hemisfério Norte).

O satélite de madeira foi construído por pesquisadores da Universidade de Kyoto e da empresa madeireira Sumitomo Forestry, a fim de testar a ideia de usar materiais biodegradáveis, como a madeira, para ver se eles podem atuar como alternativas ecologicamente corretas aos metais a partir dos quais todos os satélites são atualmente construídos.

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“Todos os satélites que reentram na atmosfera da Terra queimam e criam minúsculas partículas de óxido de alumínio, que flutuarão na alta atmosfera durante muitos anos”, alertou recentemente Takao Doi, astronauta japonês e engenheiro aeroespacial da Universidade de Kyoto. “Eventualmente, isso afetará o meio ambiente da Terra”, completou ele.

O satélite LignoSat, de madeira, que se transformará em cinzas quando reentrar na atmosfera [impressão artística] (Foto: Universidade de Kyoto)

Para resolver o problema, os investigadores de Kyoto criaram um projeto para avaliar tipos de madeira para determinar até que ponto poderiam suportar os rigores do lançamento espacial e dos longos voos em órbita à volta da Terra, informa o Guardian. Os primeiros testes foram realizados em laboratórios que recriaram as condições do espaço, e descobriu-se que as amostras de madeira não sofreram alterações mensuráveis de massa ou sinais de decomposição ou danos.

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“A capacidade da madeira de resistir a estas condições surpreendeu-nos”, disse Koji Murata, chefe do projeto.

Após esses testes, as amostras foram enviadas para a ISS, onde foram submetidas a provas de exposição durante quase um ano antes de serem trazidas de volta à Terra. Novamente mostraram poucos sinais de danos, fenômeno que Murata atribuiu ao fato de não haver oxigênio no espaço que pudesse causar a queima da madeira, e nenhuma criatura viva que pudesse causar seu apodrecimento.

Vários tipos de madeira foram testados, incluindo cerejeira japonesa, sendo a madeira de magnólia a mais robusta. Isto foi agora usado para construir o satélite de madeira de Kyoto, que conterá uma série de experiências que determinarão o desempenho da nave espacial em órbita, disse Murata.

“Uma das missões do satélite é medir a deformação da estrutura de madeira no espaço. A madeira é durável e estável numa direção, mas pode estar sujeita a alterações dimensionais e fissuras na outra direção”, afirmou o chefe do projeto ao jornal The Observer.

Murata acrescentou que uma decisão final ainda precisa ser tomada sobre o veículo de lançamento, com as opções agora reduzidas a um voo neste verão em uma nave de abastecimento Cygnus da Orbital Sciences para a ISS ou uma missão semelhante do SpaceX Dragon um pouco mais tarde neste ano. Espera-se que a sonda – que tem o tamanho de uma caneca de café – opere no espaço durante pelo menos seis meses antes de poder entrar na atmosfera superior.

Fonte: Um Só Planeta

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