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O teste de biologia molecular DNA-HPV passa a ser utilizado como exame de rastreio e garante resultados antecipados e mais precisos
O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um dos principais causadores de câncer do colo do útero no Brasil e no mundo. Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas possuem o vírus no país, segundo o Ministério da Saúde. A Infecção Sexualmente Transmissível (IST) é a quarta causa de morte de mulheres no Brasil e pode ser prevenida com vacinas e exames de rastreio. Um dos principais, e utilizado há mais de 30 anos, é o papanicolau, mas que agora será substituído no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo DNA-HPV, um exame de biologia molecular, baseado em PCR, que permite identificar a presença do vírus HPV com até 10 anos de antecedência ao surgimento das lesões que podem evoluir para o câncer.
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A tecnologia inovadora faz parte de uma área chamada de medicina preventiva e representa um avanço na saúde. “A genotipagem é um marco para o nosso país, pois a biologia molecular é um exame de ponta para a identificação não só do HPV, mas também de muitos outros agentes infecciosos. Ela desempenha um papel importante no entendimento de algumas doenças, analisando genes e células. Isso possibilita desenvolver terapias mais eficazes e mais específicas, a chamada medicina personalizada”, explica a Dra. Wanúzia Miranda.
De acordo com um ginecologista, a mudança traz melhorias na saúde pública do país, pois espera-se que a melhoria reduza em torno de 70% dos casos mais graves da doença. Existem mais de 140 subtipos de HPV, sendo divididos em dois grupos e classificados entre os de baixo risco — que não possuem potencial de causar câncer — e os de alto risco — com potencial carcinogênico. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis pela maior parte dos casos de câncer, enquanto os tipos 6 e 11 estão associados a lesões benignas, como verrugas genitais, que são causadas por infecção pelo vírus.
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Teste incorporado é mais sensível
Uma das limitações referentes ao papanicolau é a realização do exame. Caso o conteúdo coletado seja insatisfatório, a leitura da amostra citopatológica será dificultada, o que traz prejuízos à saúde do paciente. “Há uma subjetividade muito grande na interpretação das atipias citopatológicas, e isso faz com que haja muita discordância entre observadores da mesma amostra. Também não podemos negar que o índice de falsas negativas é muito grande e isso é um prejuízo, pois dá tempo da neoplasia evoluir para casos mais graves”, explica a Dra. Wanúzia.
Com os exames de biologia molecular, como o HPV-DNA, é possível fazer a genotipagem e detectar a presença do vírus com antecedência a uma possível lesão cancerígena. A Mobius , empresa que desenvolve e comercializa produtos voltados ao segmento de medicina diagnóstica focada na biologia molecular, possui dois exames que detectam e diagnosticam o vírus do HPV e são ferramentas poderosas no rastreamento e prevenção da doença.
O Multi HPV Flow Chip identifica mais de 30 genótipos de baixo e alto risco. Já o Kit Master HPV Screening diagnostica 14 genótipos de alto risco por PCR em Tempo Real. Ambas utilizam metodologias de alta sensibilidade e especificidade, disponibilizando um resultado seguro em poucas horas. Caso haja alteração em alguns dos testes, há a necessidade de realizar outros exames, como a colposcopia e biópsias, que garantam um resultado mais preciso.
Segundo a Dra. Wanuzia, um dos fatores que tornam o teste mais preciso é a presença de um controle interno de qualidade, que verifica se uma amostra é viável para análise. Esse controle é feito por meio da amplificação de trechos do DNA do hospedeiro, o que confirma que a coleta foi adequada. Além disso, o teste é capaz de detectar o HPV mesmo quando há baixa carga viral, já que utiliza a técnica de PCR para amplificar sequências específicas de DNA.
Intervalo de realização do exame
A indicação de intervalo da realização do papanicolau era de um ano, com início aos 25 anos para as mulheres que já tiveram relações sexuais. Com o novo teste, o intervalo aumenta e, em casos negativos, pode ser realizado de cinco em cinco anos. “Em um teste com resultado negativo, a possibilidade de se desenvolver câncer é algo tão baixo, em torno de 0,15%, que se propõe um espaçamento de cinco anos para que um novo exame seja realizado sem essa aflição de que nesse período haja uma possibilidade alta de se desenvolver câncer de colo uterino”, destaca o ginecologista e doutora em medicina tropical.
O vírus pode causar, além dos casos mais graves, como os cânceres de colo do útero, ânus, reto, orofaringe (garganta), boca, laringe, vulva, vagina e pênis, o desenvolvimento de lesões benignas, como as verrugas genitais. Os exames de rastreamento são ferramentas importantes para identificar o vírus precocemente e iniciar o tratamento ainda nas fases iniciais, aumentando as chances de sucesso. Além disso, existem vacinas que devem ser administradas como forma de prevenção contra a infecção pelo HPV.
A vacinação contra o HPV é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, preferencialmente antes do início da vida sexual. Para quem não foi vacinado na adolescência, a vacina continua sendo recomendada até os 26 anos, mesmo que já tenha selecionado a exposição prévia ao vírus. Ela protege contra a maioria dos cânceres causados pelo HPV e também reduz significativamente a incidência de condições acuminadas (verrugas genitais).