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O papa Francisco rejeitou nesta sexta-feira (22) que convidar uma mulher a falar na Igreja Católica seja um “tipo de feminismo eclesiástico”. Isso porque, disse o pontífice, “no fim, todo feminismo se torna um machismo de saias”.
Francisco se referia ao discurso proferido nesta sexta-feira pela professora de direito canônico Linda Ghisoni. Ela participou do segundo dia de debates do encontro “A proteção de menores na Igreja”, destinado a discutir o problema da pedofilia na instituição. Foi a primeira vez, segundo o site Vatican News, que uma mulher se apresentou durante as Assembleias Gerais.
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“Convidar uma mulher a falar sobre as feridas da Igreja é convidar a Igreja a falar sobre ela mesma, sobre as feridas que ela tem”, acrescentou o Papa Francisco.
Linda Ghisoni, hoje subsecretária de uma seção do Vaticano, afirma ter sido vítima de abuso de um clérigo no passado. Ela cobrou que o assunto seja tratado pelas autoridades da Igreja.
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“Como podemos falar de proteção de menores na Igreja, sem considerar as vítimas e suas famílias, sem falar dos abusadores, dos cúmplices, dos negacionistas, dos acusados injustamente, dos negligentes, dos que desviaram os casos, dos que tentaram falar e agir mas foram calados?”, disse Ghisoni.
Francisco agradeceu Ghisoni pelo testemunho e lembrou que “a mulher é a imagem da Igreja que é mulher, noiva e mãe”. “Sem esse estilo, nós falaríamos do Povo de Deus como uma organização, talvez uma união comercial, mas não como uma família nascida da mãe Igreja”, discursou.
Igreja discute combate à pedofilia
O papa Francisco está reunido desde quinta-feira com líderes da Igreja de todo o mundo em encontro em que pede “medidas concretas” para combater a pedofilia.
“O povo de Deus nos observa e espera não óbvias e simples condenações e sim medidas concretas e eficazes. Escutemos o grito das crianças que pedem justiça”, afirmou o pontífice diante de quase 200 líderes religiosos.
Esta é a primeira vez na história que os líderes da Igreja Católica se reúnem a pedido do papa para debater a pedofilia, crime que minou a credibilidade da instituição em todos os continentes e que foi acobertado e negado durante décadas.
Fonte: G1