28 de dezembro, 2024

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Papa Francisco classifica de infundadas ‘insinuações’ contra João Paulo II

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O Papa Francisco classificou neste domingo (16) como ofensivas e infundadas aquilo que chamou de insinuações por parte do irmão de uma estudante do Vaticano que desapareceu há 40 anos, em um caso supostamente envolvendo o ex-papa João Paulo II.

Emanuela Orlandi, filha de um porteiro do Vaticano, não voltou para casa em 22 de junho de 1983 após uma aula de música em Roma.

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Ela tinha 15 anos na época e morava com a família dentro do Vaticano. Seu desaparecimento é um dos mistérios mais antigos da Itália.

O caso teve um novo capítulo na última terça-feira (11), quando o irmão dela, Pietro, se encontrou com o promotor-chefe do Vaticano, Alessandro Diddi, a quem Francisco deu liberdade para investigar o caso

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Papa Francisco participa da missa do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, no Vaticano, em 2 de abril de 2023 (Foto: Reprodução)

Depois de falar com Diddi por mais de oito horas, Pietro Orlandi apareceu em um programa de televisão no qual reproduziu parte de uma gravação em áudio com a voz de um homem que, segundo Orlandi, fazia parte de uma facção do crime organizado que a mídia italiana há décadas especula que pode ter estado envolvida no desaparecimento de sua irmã.

A voz do suposto gângster dizia que mais de 40 anos atrás meninas foram trazidas ao Vaticano para serem molestadas e que o Papa João Paulo sabia disso.

Orlandi então disse: “Dizem-me que Wojtyla (sobrenome do papa João Paulo II) costumava sair à noite com dois monsenhores poloneses e certamente não era para abençoar casas”.

Os comentários causaram um grande mal-estar e foram condenados por autoridades do Vaticano nos últimos dias. Neste domingo, o próprio papa falou sobre o tema em seu discurso diante de cerca de 20 mil pessoas na Praça de São Pedro.

“Certo de interpretar os sentimentos dos fiéis de todo o mundo, dirijo um pensamento de gratidão à memória de São João Paulo II, nestes dias objeto de insinuações ofensivas e infundadas”, disse Francisco.

A multidão, em sua maioria italiana, irrompeu em aplausos.

No sábado, o promotor-chefe do Vaticano convocou a advogada de Pietro Orlandi, Laura Sgro. O Vaticano disse que ela invocou sigilo advogado-cliente. Sgro disse à Reuters neste domingo que João Paulo não foi mencionado em sua conversa com Diddi, acrescentando em uma mensagem de texto: “Eu nunca questionei a santidade de João Paulo II”.

Orlandi disse à Reuters neste domingo por telefone que era “correto que Francisco defendesse João Paulo II”. Orlandi ainda acrescentou que durante a aparição na televisão ele “repetiu o que os outros haviam dito. Certamente não vi sozinho”.

O diretor editorial do Vaticano, Andrea Tornielli, condenou os comentários de Orlandi e os chamou de difamação “desprezível” contra a honra do pontífice, que liderou a Igreja Católica de 1978 a 2005 e foi declarado santo em 2014.

Fonte: Agências

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