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Após apelos de décadas por mais participação feminina na Igreja Católia, o papa Francisco vai dar às mulheres o direito de voto no próximo Sínodo dos Bispos, a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.
O Vaticano publicou nesta quarta-feira as modificações, que já valerão no próximo Sínodo, em outubro deste ano.
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Durante o Sínodo, bispos de todo o mundo votam propostas concretas e as apresentam ao papa, que então elabora um documento levando em consideração as medidas votadas. Até agora, as únicas pessoas que podiam votar eram os homens.
Com a nova mudança, cinco religiosas se juntarão a cinco padres como representantes votantes de ordens religiosas. Além delas, outras 35 mulheres ligadas à igreja também votarão – elas foram nomeadas por Franscisco junto de outros 35 homens não bispos.
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A medida também reflete a visão do papa de que fiéis leigos assumam um papel maior nos assuntos da Igreja que há muito foram deixados para clérigos, bispos e cardeais.
Durante décadas, as mulheres exigiram o direito de voto em sínodos. Desde o Concílio Vaticano II, as reuniões dos anos 1960 que modernizaram a Igreja, os papas convocam os bispos do mundo a Roma por algumas semanas para debater tópicos específicos.
Em julho do ano passado, o papa nomeou, pela primeira vez na história do Vaticano, mulheres para fazer parte de seu conselho, que norteia decisões do pontífice, como a escolha de novos bispos pelo mundo.
As nomeadas foram as freiras Raffaella Petrini – que era a governadora da Cidade do Vaticano – e Yvonne Reungoat, além da advogada Maria Lia Zervino, chefe da associação das organizações de mulheres católicas.
Apesar de promover mais inclusão de mulheres em cargos e decisões da Igreja Católia, o papa Francisco ainda não permite sacerdotes do sexo feminino, outra reivindicação histórica de parte das católicas.
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Francisco ainda defende que apenas cristãos do sexo masculino podem ser sacerdotes, usando como base a premissa da igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.
Desde que se tornou papa, Francisco nomeou várias mulheres para cargos administrativos e disse no ano passado que “toda vez que uma mulher recebe um cargo (de responsabilidade) no Vaticano, as coisas melhoram”.
No Dia Internacional da Mulher deste ano, em 8 de março, ele criticou a disparidade salarial entre gêneros, que descreveu como “uma grave injustiça”.
Na ocasião, o pontífice condenou ainda a “praga” da violência contra as mulheres, lembrando um discurso que proferiu em 2021, quando falou de “uma ferida aberta resultante de uma cultura patriarcal e machista de opressão”.
Fonte: Agências