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Uma cerimônia simples mas empolgante. Com aplausos e mais aplausos. Enfim, chilenos e chilenas puderam abrir o que chamam de “evento esportivo mais importante da história do Chile”. A festa no “Sul do Mundo”, como definiu o ministro do esporte do país, Jaime Pizarro, foi mais tradicional e menos tecnológica. Um aperitivo do que deve ser a 19ª edição do Pan: menos grandiosa e mais ligada ao povo.
Os próprios atletas chilenos chegaram ao Estádio Nacional, para a cerimônia de abertura, de metrô, cantando da Vila Pan-Americana ao parque que vai receber grande parte das competições destes Jogos. No país que tem apenas duas medalhas de ouro olímpicas na história (dos tenistas Nicolas Massú e Fernando Gonzalez, em Atenas 2004), o ginasta Tomas Gonzalez (4º lugar em Londres 2012) foi um dos atletas ovacionados na noite.
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Os campeões olímpicos Massú e Gonzalez foram os últimos a carregar a tocha olímpica antes de Lucy Lópes, primeira chilena medalhista pan-americana (1951) e hoje voluntária dos Jogos, acender a pira no centro do estádio, aos 93 anos de idade, junto com os astros do esporte chileno. Simbolismos. O Pan de Santiago começou se apoiando neles.
BRASIL
No estádio em que o Brasil ganhou sua segunda Copa do Mundo de futebol, a brasilidade surgiu meia hora antes da cerimônia começar. Ao som de “Ou dá ou desce”, do grupo Boquinha da Garrafa, o público começou a dançar freneticamente em um requebrado digno de Garrinha naquele Mundial de 1962.
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Cerca de uma hora depois, a tenista Luisa Stefani e o nadador Fernando Scheffer entraram juntos, segurando a bandeira brasileira, à frente da delegação que contou com cerca de 150 pessoas, entre atletas e oficiais, no desfile, uma das maiores da festa desta sexta-feira, atrás apenas dos Estados Unidos, México e, claro, do Chile. Nas arquibancadas, bandeiras brasileiras –assim como de Cuba, Colômbia entre outros– e muitos aplausos para todos os países (com destaque para a Venezuela). E não houve vaias. Ao todo, mais de 4 mil atletas passaram pelo desfile das delegações.
CHILE
Às 20h30, quando as luzes se apagaram e a noite escondeu as cordilheiras que emolduram o Estádio Nacional de Santiago, começou uma festa de ovação ao Chile. As rochas andinas foram levadas para o centro do gramado, onde dança e música exaltaram “la tierra y la gente” chilena. Logo no início da celebração, o presidente do Chile, Gabriel Boric, foi muito festejado quando teve o nome anunciado. Outro momento de forte patriotismo foi durante o hino chileno. O ápice mesmo foi na entrada da delegação do país, muito aplaudida e festejada, aquecendo todo o estádio na noite fria da capital chilena.
O espetáculo de duas horas e meia foi dirigido por Hansel Cereza, coreógrafo de “Love”, do Cirque du Soleil, e Lida Castelli, que já comandou outras cerimônias, com as dos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim 2006 e Sochi 2014.
De citação a poema de Pablo Neruda aos tradicionais gritos de “Chi-Chi-Chi, le-le-le, Viva, Chile”, o público que acompanhou a festa não desanimou em momento algum. Assim como uma luz não foi apagada no estádio em um segundo sequer: a que ilumina a “Escotilla 8”, local preservado onde se lê a frase “Um pueblo sin memoria es um pueblo sin futuro”. A tocha pan-americana entrou no estádio por essa área das arquibancadas. Explica-se: o agora reformado Estádio Nacional, há 50 anos, foi palco de atrocidades da sanguinária Ditadura Militar que durou de 11 de setembro de 1973 a 11 de março de 1990 e deixou mais de 40 mil mortos.
Entre 12 de setembro (dia seguinte ao golpe de Estado que derrubou Salvador Allende do poder) e 9 de novembro de 1973, o local da cerimônia de abertura do Pan foi usado como campo de prisioneiros do regime ditatorial de Augusto Pinochet. Ali passaram cerca de 20 mil pessoas entre presas e torturadas. Ao todo, 200 mil pessoas foram forçadas a deixar o Chile rumo ao exílio.
Nesta sexta-feira, porém, o estádio recebeu mais de 40 mil pessoas que aplaudiram os mais de 4 mil atletas de 41 países. Ouviu muito rock e música tradicional chilena. E encerrou a festa com o astro colombiano Sebastian Yatra fazendo todo estádio cantar e dançar. Uma memória que o povo chileno também não vai esquecer.
PORTA-BANDEIRAS POR PAÍS
Antígua e Barbuda – Tiger Tyson – Vela – Masculino
Argentina – Sabrina Ameghino – Canoagem velocidade – Feminino
Argentina – Marcos Moneta – Rugby sevens – Masculino
Aruba – Mikel Schreuders – Natação – Masculino
Aruba – Shanayah Howell- Ciclismo BMX Racing – Feminino
Bahamas- Zaylie-Elizabeth – Thompson – Natação – Feminino
Bahamas – Lamar Taylor – Natação – Masculino
Barbados – Michelle Elliot – Tiro – Feminino
Barbados – Kennie King – Badminton – Masculino
Bermudas – Emma Harvey – Natação – Feminino
Bermudas – Conor White – Ciclismo – Masculino
Belize – Trent Hardwick – Vela – Masculino
Belize – Ashantie Carr- Atletismo – salto em distância – Feminino
Bolívia – Conrrado Moscos – Raquetebol – Masculino
Bolívia – Noelia Zeballos – Tênis – Feminino
Brasil – Luisa Stefani – Tênis – Feminino
Brasil – Fernando Scheffer – Natação – Masculino
Ilhas Caimã – James Allison – Natação – Masculino
Ilhas Caimã – Sierrah Broadbelt – Natação – Feminino
Chile – Kristel Köbrich – Natação – Feminino
Chile – Esteban Grimalt – Vôlei de Praia – Masculino
Colômbia – Jenny Arias – Boxe – Feminino
Colômbia – Miguel Ángel Trejos – Taekwondo – Masculino
Costa Rica – Andrés Acuña – Raquetebol – Masculino
Costa Rica – Nishy Lindo – Taekwondo – Feminino
Cuba – Julio César La Cruz – Boxe – Masculino
Cuba – Idalys Ortiz – Judô – Feminino
Dominica – Delroy Jno Charles – Boxe – Masculino
Dominica – Yvonne Losos de Muñiz – Equestre – Feminino
República Dominicana – Robert Pigozzi – Esqui Aquático – Masculino
Guatemala – Lucero Mejia – Natação – Feminino
Guatemala – Emilio Flores – Escalada esportiva – Masculino
Equador – Daniel Pintado – Marcha atlética – Masculino
Equador – Angie Palacios – Levantamento de peso – Feminino
El Salvador – Amado Alvarado – Surfe – Masculino
Estados Unidos – Jordan Chiles – Gimnasia artística – Feminino
Estados Unidos – Vincent Hancock – Tiro – Masculino
ESA – Sindy Portillo – Surfe – Feminino
Granada – Lindon Victor – Atletismo – Masculino
Granada – Halle Hazzard – Atletismo – Feminino
Guiana – Desmond Amsterdam – Boxe – Masculino
Guiana – Priyanna Ramdhani – Badminton – Feminino
Haiti – Aliyah Aek – Taekwondo – Feminino
Haiti – Howard Darrius – Boxe – Masculino
Honduras – Julio Horrego – Natação – Masculino
Honduras – Natalie Espinal – Tênis – Feminino
Ilhas Virgens Americanas – Natalia Kuipers- Natação – Feminino
Ilhas Virgens Americanas – Nicholas D’Amour – Tiro com arco – Masculino
Ilhas Virgens Americanas – Adriel Sanes – Natação – Masculino
Ilhas Virgens Britâncias – Deya Erickson – Atletismo – Feminino
Jamaica – Samuel Ricketts – Badminton – Masculino
Jamaica – Tyesha Mattis – Ginástica – Feminino
Santa Lúcia – Luc Chevrier – Vela – Masculino
México – Karina Esquer- Basquete 3×3 – Feminino
México – Carlos Sansores – Taekwondo – Masculino
Panamá – Davis Romero – Beisebol – Masculino
Panamá – Hillary Herón – Ginástica artística – Feminino
Paraguai – Agua Marina Espínola – Ciclismo – Feminino
Paraguai – Derlys Ayala – Maratona – Masculino
Peru – ladys Tejeda – Atletismo – Feminino
Peru – Nicolas Pacheco – Tiro – Masculino
Porto Rico – Jean Pizarro – Tiro com arco – Masculino
Porto Rico – María Pérez – Judô – Feminino
São Cristóvão e Neves – Nadal Buntin – Atletismo – Masculino
São Vicente e Granadinas – Kennice Greene – Natação – Feminino
São Vicente e Granadinas – Nikolas Sylvester – Natação – Masculino
Suriname – Jair Tjon En Fa – Ciclismo – Masculino
Suriname – Tachana Dalger – Ciclismo – Feminino
Trinidad e Tobago – Nicholas Paul – Ciclismo – Masculino
Trinidad e Tobago – Tiana Guy – Boxe – Feminino
Uruguai – Camila Piñeiro – Boxe – Feminino
Uruguai – Rodrigo Chagas – Futebol – Masculino
Venezuela – Joselyn Brea – Atletismo – Feminino
Venezuela – KeydomarVallenilla – Levantamento de peso – Masculino
Fonte: G1