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O pai do menino de 11 anos que ficou com uma lança de ferro cravada na perna ao cair em cima de um portão disse que chegou a passar mal quando viu o filho pendurado no portão pela panturrilha. O acidente aconteceu na tarde da última quinta-feira (15), no bairro Barra Funda, em Paraguaçu Paulista (SP).
Na ocasião, Vinícius Gustavo de Oliveira soltava pipa no quintal de uma casa se apoiando no portão e segurando na laje de um banheiro. Porém, a laje cedeu e ele caiu em cima da lança, que penetrou sua perna na altura da panturrilha e perfurou o pé. As lanças do portão ainda feriram braço do garoto.
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O vendedor ambulante Noé Turello, 42 anos, pai de Vinícius, relatou o susto que teve ao ver o filho sendo segurado no colo por um tio e pela madrasta enquanto todos esperavam pela chegada do socorro.
“Quando cheguei e vi meu filho pendurado pela perna, com aquela lança enfincada na carne, minha pressão subiu, diabetes subiu, quase morri. Nem tinha tanto sangue, mas foi a primeira vez que vi uma cena dessas, e ainda mais no meu filho. Só queria que o socorro chegasse logo”, disse o vendedor ambulante.
Quando os bombeiros chegaram ao local, viram que seria necessário cortar a lança com uma motobomba. O garoto foi imobilizado e, ainda com a lança cravada na perna, foi levado para a Santa Casa da cidade.
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A cena também chocou a dona de casa Graziela Rodrigues Justino, 43 anos, madrasta de Vinícius.
“Fiquei muito nervosa, chorei muito, porque passou muita coisa na minha cabeça quando vi aquela flecha cravada na perna do menino. Foi uma cena muito chocante”, relata Graziela.
Vinícius com o pai e a madrasta, durante sua recuperação em casa: 60 pontos para fechar ferimentos na perna e no braço — Foto: Arquivo pessoal
Apesar da gravidade do acidente, Vinícius teve alta no dia seguinte ao acidente. Segundo a família, os médicos explicaram que, como a barra de ferro não atingiu uma artéria e nem os ossos, não foi necessária a realização de uma cirurgia mais complexa para sua retirada.
Mesmo assim, Vinícius recebeu cerca de 60 pontos cirúrgicos, tanto no local atingido pela lança (panturrilha e pé) como no seu braço direito, que também ficou ferido na queda sobre as lanças do portão de ferro.
O garoto segue indo ao posto de saúde para renovar os curativos e nesta segunda-feira (19) tomou mais uma dose de reforço da vacina antitetânica. Ele ainda não consegue apoiar o pé no chão, mas seu estado de saúde é considerado estável.
‘Sem choro, mas com medo’
Lança do portão que cravou na perna do garoto precisou ser serrada pelos bombeiros — Foto: Arquivo pessoal
Segundo os bombeiros que socorreram Vinícius no dia do acidente, o que chamou a atenção foi que, apesar da gravidade do acidente, o garoto estava tranquilo, consciente e sem chorar.
Ao G1, Vinícius diz não se lembrar ao certo se sentiu muita dor no momento do acidente, mas admitiu que, enquanto aguardava a chegada do socorro, só se lembra de ter sentido medo.
“Sinceramente, não consegui ver nada naquela hora, e também não me lembro se doeu. Não chorei porque eu não choro mesmo. Mas lembro que estava ficando com medo, porque nunca tinha me machucado antes”, disse o menino.
O pai do garoto disse que o filho sempre gostou de soltar pipa, sua brincadeira preferida, mas que não o considera um garoto “arteiro”. Apesar do susto, Vinícius diz que voltará a soltar pipas. “Mas de agora em diante sem subir nas coisas”, afirma o garoto.
Fonte: G1