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O pai e filho que morreram afogados em um rio às margens da Rodovia Francisco Alves Negrão (SP-258), em Itararé (SP), estavam curtindo o fim de semana com a família, em um ponto turístico da cidade, quando sofreram o acidente.
Segundo a Polícia Civil, Moisés de Almeida, de 67 anos, morreu após tentar salvar o filho, Diego Fernando Almeida, de 29, que havia se afogado. A filha e irmã das vítimas relembrou o ocorrido no último sábado (22).
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“Eu tenho 47 anos e nunca tinha ido em um rio na minha vida. Daí meu pai ligou para mim e perguntou se eu queria ir com ele. Ele passou em casa e fomos. Estavam meus pais, meus irmãos, minha filha e minhas sobrinhas”, conta Nilce Mara Pelegrinetti.
Nilce contou que a família escolheu um ponto no rio mais distante das outras pessoas e que os parentes tinham levado lanches para comerem durante o passeio. Segundo ela, o acidente ocorreu cerca de 20 minutos depois que eles chegaram no local.
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“Eu fui andar um pouco, olhar o mato e meu irmão brincou comigo. Ele falou: ‘você veio pra não se molhar? Tem medo de água?’, e jogou água em mim. Aí entramos no rio e, no que eu olhei, meu irmão já estava afundando, pedindo socorro. No começo até achei que ele estivesse brincando”, lembra Nilce.
A moradora de Itararé disse que gritou, pedindo ajuda, e que o pai dela pulou no rio para tentar salvar Diego. Nilce lembra que o pai pediu para que as pessoas jogassem uma corda para puxar os dois.
“Aí meu outro irmão jogou uma corda, mas não deu tempo mais. Os dois afundaram e eu saí na rua pedindo socorro. Um pessoal que estava perto tirou meu pai e depois meu irmão da água. Meu irmão morreu na minha frente e meu pai, nos braços da minha filha de 15 anos”, lamenta Nilce.
Segundo a família, Diego e Moisés ficaram cerca de 10 minutos embaixo da água e foram retirados do rio por moradores. O Corpo de Bombeiros foi acionado e as vítimas foram levadas ao pronto-socorro de Itararé, mas já estavam sem vida.
“Meu irmão não sabia nadar e meu pai sabia um pouco. Eu acho que o Diego escorregou no rio porque foi tudo muito rápido. Parece que eles chegaram ali para morrer. Nós nem comemos o lanche que tínhamos levado.”
‘Dói muito’
Nilce contou que Diego era mecânico e tinha um filho de 8 anos. Atualmente, ele estava morando com o pai, que já era aposentado. Segundo a filha, Moisés era um pai muito amoroso e estava saudável, sem nenhum problema de saúde.
“Eu nunca imaginava que meu pai ia sair e não ia mais voltar para casa. Vai deixar muitas saudades. Ele era um excelente pai. Eu tinha tanto orgulho, até de apresentá-lo para as pessoas, de falar que ele era o meu pai”, desabafa Nilce.
Já sobre o irmão, Nilce destacou que ele era evangélico, não consumia bebidas alcoólicas e era um “rapaz muito alegre, que não tinha tristeza”.
“Perder uma pessoa já é dolorido, agora duas de uma vez só é pior ainda. Quando a pessoa está doente, no hospital, a gente não tem tanta surpresa. Agora meu irmão morreu dando risada, estava brincando comigo. Dói muito”, relata.
De acordo com a Polícia Civil de Itararé, um inquérito foi instaurado na segunda-feira (24) para apurar o caso. Os policiais vão ouvir familiares e testemunhas para entender o que aconteceu no dia do acidente.
O delegado José Vitor Bacetti explicou que as vítimas passaram por exame necroscópico, para identificar a causa da morte, e que o trecho do rio foi periciado. Inicialmente, a polícia trabalha com a hipótese de que houve apenas um acidente.
Fonte: G1