05 de julho, 2025

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Padrasto conta que jovem morta a tiros em São Manuel não relatava agressões de ex-namorado: ‘Sofria calada’

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A jovem Adrielli Rodrigues, de 22 anos, morta com quatro tiros no peito em São Manuel (SP), não costumava relatar aos pais as agressões que sofria do ex-namorado, segundo o padrasto Fabiano Viana da Costa.

A vítima foi baleada após sair da delegacia e registrar queixa contra o ex-namorado Cristiano Gomes, na quinta-feira (14). Ela estava em uma moto, quando foi atingida pelos disparos na quadra 1 da Rua Francisco da Cruz Mellão. O rapaz está preso.

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Adrielli chegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital das Clínicas de Botucatu, mas não resistiu aos ferimentos.

Ainda de acordo com Fabiano, ele está casado com a mãe de Adrielli há 14 anos e considerava ela como uma filha. O padrasto conta que percebia que havia algo de errado no relacionamento da jovem com Cristiano.

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“Não era tudo que ela contava. Às vezes, a gente ficava sabendo, notava alguma coisa que ela não queria falar. A gente perguntava para ela e ela falava: ‘eu bati ali no guarda-roupa’. Falava que o olho estava vermelho de tanto coçar. Ficava sofrendo calada”, lembra o padrasto.

Fabiano ainda relembra quando no início do relacionamento Adrielli chegou a contar à mãe que tinha sido agredida. Mas mesmo assim, continuou com o namoro e não passou a relatar todas as agressões.

“Teve um dia que ela chegou umas 2h da manhã correndo em casa. Eu escutei bater o portão e ela falar para a mãe dela que ele tinha a agredido. Este dia, ele só não matou ela porque Deus não quis”, lamenta Fabiano.

Jovem de 22 anos foi baleada quando passava de motocicleta em uma rua do centro de São Manuel  — Foto: Facebook/ reprodução
Jovem de 22 anos foi baleada quando passava de motocicleta em uma rua do centro de São Manuel (Foto: Facebook/Reprodução)

Cristiano Gomes foi preso na sexta-feira (15) escondido em uma casa em São Manuel. Ele teve a prisão preventiva decretada e segue detido na cadeia de Itatinga. O homem vai ser investigado por feminicídio e, se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

À polícia, Cristiano chegou a confessar o crime e disse que estava arrependido. Além disso, relatou que Adrielli tinha estragado a vida dele, segundo o delegado Lourenço Talamonte Netto.

Cristiano Gomes foi preso na sexta-feira (15) por feminicídio em São Manuel  — Foto: Arquivo pessoal
Cristiano Gomes foi preso na sexta-feira (15) por feminicídio em São Manuel (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com o padrasto, os pais já tinham alertado Adrielli sobre o perigo do relacionamento, pois descobriram que Cristiano sempre foi agressivo e tinha quatro armas de fogo em casa. “Ele gostava de intimidar, causar confusão”, relata Fabiano.

O padrasto também contou que as amigas percebiam como Adrielli ficava diferente na ausência do namorado.

“Antes ela gostava de sair, dava risada, brincava com todo mundo e era simpática. No entanto, quando estava perto dele, vivia de cabeça baixa, trancada no quarto”, diz.

Medida protetiva

Adrielli mandou mensagem para mãe com a foto do ex-namorado em uma moto, logo atrás dela em São Manuel — Foto: WhatsApp/ Reprodução
Adrielli mandou mensagem para mãe com a foto do ex-namorado em uma moto, logo atrás dela em São Manuel (Foto: WhatsApp/ Reprodução)

Quinze dias antes do assassinato, Adrielli tinha registrado um boletim de ocorrência contra o ex-namorado e pedido uma medida protetiva. A medida foi concedida a ela, mas o suspeito continuou a perturbando, segundo o delegado.

No dia do crime, a jovem tinha voltado à delegacia para denunciar o descumprimento da medida protetiva, mas não tinha provas contra o suspeito.

“Ela alegou que ele não estava cumprindo a medida, mas ela não tinha provas. Então foi feito boletim de ocorrência. A delegada tomou as providências que cabiam no momento. Nesse caso, cabe uma prisão preventiva, só que o Judiciário teria que analisar primeiro”, informa o delegado.

Minutos antes de ser assassinada, Adrielli mandou uma foto do ex-namorado à mãe, como prova de que ele a perseguia. “Ele arrancou um pedaço de mim”, lamenta a mãe de Adrielli, Kate Cilene Roberta da Cruz.

A jovem tinha uma irmã de 8 anos que, segundo o padrasto de Adrielli, era muito apegada a ela. “Nem sei como ela vai reagir amanhã, depois de amanhã, daqui um mês. Não é fácil”, admite Fabiano.

Adrielli foi enterrada no sábado (16) no Cemitério Municipal sob forte comoção. “Ela era a coisa mais importante da minha vida. Mas, eu quero olhar para frente, lembrar dela como a menina maravilhosa que ela era, extrovertida, sempre feliz”, desabafa a mãe.

Fonte: G1

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