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Teve sucesso a captação de órgãos do cabo Ricieri Chagas, policial militar que morreu em Guarapuava, na região central. Pelo menos oito pessoas serão beneficiadas, segundo informações do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
De acordo com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HSVP, foram captados as córneas, coração, rins, fígado, baço e linfonodos.
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O cabo morreu no sábado (23) – ele foi atingido com um tiro na cabeça na tentativa de mega-assalto que acontece na cidade no domingo (17).
Confira a quantidade de pessoas beneficiadas por órgãos captados:
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- Córneas: duas pessoas beneficiadas;
- Coração: duas pessoas, contando as válvulas, parte do órgão;
- Rins: duas pessoas;
- Fígado: uma pessoa;
- Baço: uma pessoa;
- Linfonodos: ainda sem especificação
Ainda de acordo com o CIHDOTT, cada órgão captado tem um tempo específico para ser utilizado em transplante, conforme determina uma portaria estadual.
As córneas, por exemplo, podem ser transplantadas em no máximo 14 dias. Rins, em no máximo 20 horas. Para fígado, o tempo é ainda menor: 12 horas.
A captação dos órgãos foi iniciada no sábado (23), mas o hospital não confirmou que horário o procedimento foi completamente concluído.
Segundo o Governo do Estado, para ser doador, interessados precisam deixar as famílias avisadas, uma vez que, em caso de morte, são eles que precisam autorizar a captação dos órgãos nos hospitais.
Em 2021, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Paraná teve 412 doações efetivas de órgãos, que resultaram em 1.468 transplantes, além de 395 procedimentos de medula óssea.
Velório e homenagens
O corpo do policial militar Ricieri Chagar é velado nesta tarde de domingo (24) na sede do 16º Batalhão da Polícia Militar em Guarapuava, região central do Paraná.
O sepultamento está marcado para segunda-feira (25), às 10h, no Cemitério do Distrito da Palmeirinha em Guarapuava.
Guarnições da Polícia Militar do Paraná e do Corpo de Bombeiros realizaram homenagens simultâneas em todo o estado à memória do cabo Ricieri Chagas.
Chagas ficou seis dias internado no Hospital São Vicente de Paulo. As homenagens a ele aconteceram às 10h30, por determinação do Comando-Geral da PM, mesmo horário em que foi declarada a morte cerebral do policial no sábado (23).
O PM estava na viatura alvejada por criminosos na noite do último domingo (17), quando saia do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM), de acordo com o secretário de segurança pública, Coronel Romulo Marinho.
Além dele, outros dois policiais estavam na viatura. Um foi atingido na perna, passou por cirurgia e não corre risco de morrer. Outro foi atingido no peito, mas escapou porque estava de colete e o projétil atingiu um celular.
Próximo ao local do assalto, um civil também se feriu, mas passa bem.
Até a publicação desta reportagem, a Polícia Militar continuava realizando buscas por suspeitos. Ninguém foi preso. Duas pessoas foram ouvidas como suspeitas, mas liberadas.
Luto oficial
O Governo do Estado do Paraná e a Prefeitura de Guarapuava decretaram luto oficial de três dias pela morte de Chagas.
Neste período, em sinal de respeito, a prefeitura informou que a bandeira municipal ficará hasteada a meio mastro em todos os órgãos públicos.
Em uma nota, o governador Ratinho Júnior (PSD) lamentou a morte, ressaltando que o cabo “foi atingido enquanto defendia a população paranaense, a serviço da polícia”, o que definiu como ato de bravura.
Da mesma forma, a Prefeitura de Guarapuava também se manifestou sobre o falecimento do cabo.
“Ricieri cumpriu seu dever de cidadão e policial de forma exemplar. Por sua dedicação e pelos excelentes servidos prestados a Polícia Militar e a comunidade, a administração municipal decreta luto oficial de três dias à sua memória”.
Confirmação da morte
A morte de Chagas foi confirmada no início da tarde de sábado (23). O comunicado foi feito pelo novo comandante do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Major Flávio Ferraz, representando a família.
Ricieri foi a única vítima do ataque que morreu. O militar deixou a esposa e dois filhos.
A polícia lamentou a perda do militar, que estava na corporação havia 26 anos. A família autorizou a doação de órgãos do policial.
O comandante do 16º Batalhão da PM, major Flavio Ferraz, foi um dos professores de Chagas quando o cabo entrou na Polícia Militar e, segundo o major, desde aquele momento se destacava como um bom policial.
“Ele era mais do que um policial, era um amigo. Sempre alegre, brincando. Quando tinha que ser sério, uma pessoa séria. Uma pessoa excepcional”, afirmou o comandante.
Fonte: G1