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O oposicionista Antonio Ledezma saiu da Venezuela nesta sexta-feira (17) e entrou em território colombiano. A informação foi confirmada por autoridades migratórias da Colômbia. Mais tarde, ele embarcou em um voo comercial da Aviana com destino a Madri, onde tem chegada prevista para a manhã de sábado.
A porta-voz do dirigente, Lorena Arraiz, confirmou a informação.
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De acordo com o Migración Colombia, órgão governamental responsável pelas fronteiras do país, Ledezma entrou na Colômbia pela Ponte Internacional Simon Bolivar, que dá acesso a cidade de Villa del Rosario, e fez todos os trâmites migratórios exigidos pelo país.
Segundo a France Presse, Ledezma garantiu que conseguiu fugir com a ajuda de militares venezuelanos.
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“Foi uma travessia de filme passar por mais de 29 postos entre a Guarda Nacional e a Polícia do governo”, contou à imprensa colombiana, na cidade fronteiriça de Cúcuta, sem dar detalhes, minutos antes de viajar para Bogotá, aonde chegou por volta do meio-dia.
De Cúcuta, pediu ajuda à Colômbia, para onde já fugiram vários juízes destituídos e a ex-procuradora-geral Luisa Ortega, que chegou a Bogotá em agosto, alegando perseguição política.
“Minha voz se une ao coro de vozes de venezuelanos que pediram auxílio da Colômbia”, afirmou ele.
O prefeito caraquenho disse ter falado por telefone com o presidente colombiano Juan Manuel Santos, cujo governo foi um dos mais críticos da “ditadura” de Maduro.
“Esse telefonema e essa palavra não são uma solidariedade com a oposição. São uma solidariedade com a democracia venezuelana”, afirmou Ledezma em uma entrevista em Bogotá ao canal NTN 24, onde apareceu com a bandeira venezuelana pendurada no ombro.
O jornal venezuelano “El Nacional” havia dito mais cedo ter recebido a informação de uma fonte exclusiva de que Ledezma viajaria à Europa, onde se reuniria com a família na Espanha.
O ex-prefeito de Caracas foi detido em fevereiro de 2015, acusado de conspiração e associação para delinquir. Em abril daquele ano, obteve o benefício da prisão domiciliar por razões de saúde, depois de ser operado de uma hérnia inguinal.
Ledezma, que tem 62 anos, liderou protestos populares contra o atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em 2014. O levante culminou em meses de violência e deixou pelo menos 43 mortos.
A Promotoria pediu que fosse condenado a 16 anos de prisão por “supostamente apoiar grupos que pretendia desestabilizar o país através de ações violentas”.
Experiente político, advogado de profissão, se formou nas fileiras do partido Ação Democrática e foi deputado do extinto Congresso (1984-1992), governador do antigo Distrito Federal (1992-1993), senador (1994-1996) e prefeito do município de Libertador em duas ocasiões (1996-2000).
É casado com Mitzy Capriles e tem três filhos. Segundo a Reuters, Mitzy disse à emissora colombiana BLU Radio que não sabia onde o marido estava. “Não falo com ele há horas”, afirmou ela, que vive em Madri.
Fonte: G1