06 de junho, 2025

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Operação contra pornografia infantil prendeu 19 na região de Botucatu; Polícia encontra material gravado com bebês

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Dez pessoas foram presas pela Polícia Civil nessa quinta-feira (17) em Bauru e outras nove cidades da região durante a megaoperação Luz da Infância 2, considerada uma das maiores ações contra a pornografia infantil em todo o País. Em Bauru, dois foram detidos, um deles em flagrante quando compartilhava conteúdo pornográfico na Internet envolvendo crianças. Entre os arquivos apreendidos nas diligências, havia, segundo a polícia, até fotos e vídeos de abusos contra bebês.

A identificação dos acusados se deu após apurações em ambientes virtuais, em trabalho coordenado pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública realizado em 24 Estados e no Distrito Federal.

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“O material apreendido durante a operação causa repulsa. As imagens são chocantes e deixam qualquer um indignado. Envolvem atos de sexo com crianças, adolescentes e até

Samantha CiuffaDelegado Marcos Mourão: “Material apreendido causa repulsa”

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bebês”, destaca o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior 4 (Deinter-4), o delegado Marcos Mourão.

Em Bauru, houve a detenção de um servidor público estadual. O homem, de 33 anos, foi detido em uma residência com provas substanciais em seu notebook. “Havia fotos e vídeos de pornografia infantil”.

Segundo Mourão, como não foi constatado o compartilhamento de arquivos, o acusado pagou fiança de dois salários mínimos e responderá o processo em liberdade.

FLAGRANTE

Coordenador do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil em Bauru, o delegado Giuliano Travain cumpriu um dos mandados de busca e apreensão na cidade, por volta das 6h10 de ontem. Em um imóvel, um aposentado de 45 anos, com deficiência nas pernas, foi flagrado quando recebia e compartilhava arquivos com conteúdos relacionados a crimes de exploração sexual contra crianças.

“No computador do acusado, havia cinco vídeos armazenados. Ele buscava meninas de 7 a 11 anos de idade. Foram apreendidos dois computadores e dois notebooks, um celular e uma câmera fotográfica digital, que continha uma foto de criança. A suspeita é que ele próprio tenha feito a imagem, o que deve ser investigado”, aponta Travain.

O homem, que mora com a mãe, chegou a instalar um programa de compartilhamento de arquivos em um dos computadores e compartilhava conteúdo envolvendo pornografia infantil com várias pessoas. “Mas, como trata-se de uma plataforma anônima, agora a polícia investigará quem estaria recebendo esses arquivos”, cita o delegado.

À Polícia Civil, ele alegou não ter conhecimento do conteúdo que era compartilhado na rede. “Disse que baixava filmes comuns e vinha esses arquivos junto. Como ele não somente armazenava, mas também compartilhava os vídeos, o crime é inafiançável”, destaca.

A pena para quem armazena esse tipo de material é de até quatro anos de reclusão e cabe fiança. Já para quem compartilha os arquivos é de até seis anos e inafiançável. “Ele (acusado) será submetido à audiência de custódia nesta sexta-feira, mas representei pela prisão preventiva dele”, finaliza Travain.

NA REGIÃO

A megaoperação concluiu diligências em mais nove cidades da região. Em Lençóis Paulista, um técnico de 55 anos foi detido em uma casa, onde os policiais apreenderam um computador com conteúdos de pornografia infantil, informou o coordenador do Deinter-4, Marcos Mourão.

Em Jaú, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão também em uma residência. No local, foi aprendido um HD com um homem de 33 anos, com indícios de acesso a conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. “Nesse caso, é preciso fazer uma perícia e, portanto, segue sob investigação”, diz o delegado.

Computadores, notebooks, pendrives, CDs e celulares foram apreendidos em Marília com dois suspeitos. Um deles, um analista de sistemas, acabou preso por armazenar e compartilhar os arquivos. Já contra um auxiliar de escritório, de 60 anos, constava indícios do crime nos equipamentos averiguados.

Em Ourinhos, um motorista de 47 anos foi preso. Com ele, a polícia apreendeu dois computadores, quatro pendrives e três celulares.

Mais dois foram presos com vasto material contendo pornografia infantil que era compartilhado na Internet: um técnico em enfermagem de 26 anos em Bernardino de Campos e um metalúrgico de 25 anos, em Rinópolis.

Na cidade de Guaiçara, a polícia vai investigar um acusado pelo acesso a esse tipo de conteúdo.

Já em Botucatu, servidor público estadual aposentado de 68 anos e um biomédico de 38 anos foram presos. Segundo o delegado seccional da cidade, Antônio Soares da Costa Neto, os dois pagaram fiança de R$ 10 mil e R$ 1 mil, respectivamente, e responderão o crime em liberdade.

REINCIDENTE

Em Dois Córregos, um homem de 28 anos, reincidente no crime, foi preso ontem. Segundo o delegado Marcos Mourão, em 2015, ele havia sido condenado a 1 ano e 3 meses de prisão por armazenar conteúdo de pornografia infantil.

“Ele compartilhava os arquivos e, por isso, não foi aplicada fiança”, destaca o diretor do Deinter-4.

Mais de 250 pessoas foram presas por todo o País

Na megaoperação, pelo menos 251 pessoas em 24 Estados e no Distrito Federal foram presas em flagrante. Apesar de comemorar o sucesso, o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, admitiu a necessidade de uma punição mais rígida.

A operação envolveu 2,6 mil policiais civis e a Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que monitorou os suspeitos por quatro meses. Ao todo, foram 579 mandados. Entre os presos, houve pessoas flagradas com um mínimo de 150 arquivos baixados até 200 mil arquivos. Alessandro Barreto, coordenador de Contrainteligência da Diretoria de Inteligência da Senasp, destacou a detenção de homens e mulheres “acima de qualquer suspeita” e com diferentes perfis, incluindo educadores, advogados, profissionais de saúde e servidores públicos”. A faixa etária também varia desde os 20 anos até idosos.

Entre os presos, está o humorista Marcelo Eiji Harada, o “Japonês do Programa Pânico”. Ele pagou fiança e, em vídeo, negou a acusação.

Segundo a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Elizabete Sato, o trabalho técnico está focado em tentar recuperar links e imagens apagados. Parte dos suspeitos já havia sido detida anteriormente pelo mesmo tipo de crime. Ao ser questionado sobre o assunto, Jungman respondeu que casos assim deveriam ter uma pena maior, de forma que se “evitasse a soltura” dos suspeitos considerados mais perigosos. Embora tenha ponderado que não é de sua competência tratar do tema, destacou que “não vai haver impunidade” em casos de abuso.

Aos olhos da psiquiatria

Sobre o crime de pornografia infantil praticado na Internet, o psiquiatra bauruense Evandro Luis Pampani Borgo destaca que ninguém sabe ao certo como o desejo humano se desenvolve.

Para a psiquiatria, diz o especialista, trata-se de um parafilia, ou seja, “não classificamos como doença, e sim transtorno. Tem muita discussões em andamento. Ao meu ver, todos que tem questões sexuais devem procurar ajuda, mas muitos pedófilos não conseguem observar o mal que causam no outro. E, além de ser um diagnóstico psiquiátrico, tem aspectos legais”, complementa Evandro Borgo.

Fonte: Jcnet

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