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O Exército de Israel fez um ataque dentro de uma escola da ONU, na Faixa de Gaza. As Forças Armadas afirmaram que o objetivo era eliminar terroristas. O Hamas afirmou que 40 pessoas morreram.
Era madrugada quando caças israelenses atingiram o centro de ensino. As primeiras imagens são de caos. De acordo com a ONU, o complexo escolar serve de abrigo para 6 mil palestinos que achavam que lá estariam mais seguros.
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O prédio fica na região central da Faixa de Gaza. Do lado de fora do único hospital ainda em funcionamento ali perto: corpos e desespero. A Ghalia disse que o filho mais novo morreu dentro de uma sala de aula. Uma menininha não conseguia acreditar no que via.
O Hamas disse que, entre os mortos, estão 14 crianças; 74 pessoas ficaram feridas. Deitado no chão de um hospital, com o rosto muito machucado, Imad contou que o pai morreu no ataque.
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“O que fizemos? Por que nos bombardearam?”, perguntou.
A mãe, Samia, reforçou: “A escola está cheia de crianças, mulheres”.
O governo israelense afirmou que o objetivo do ataque era eliminar terroristas. De acordo com as Forças Armadas, os caças realizaram um ataque aéreo preciso, com base em informações da inteligência. O alvo eram três salas de aula onde, segundo o Exército, estavam escondidos de 20 a 30 terroristas.
Um porta-voz disse que o ataque só foi feito depois da inteligência israelense indicar que não havia nem mulheres nem crianças nas salas de aula. Daniel Hagari identificou alguns dos terroristas mortos. Ele acusou o Hamas de crimes de guerra por usar instalações da ONU. O Hamas negou que houvesse um posto de comando de terroristas no local.
O chefe da agência da ONU que dá assistência aos palestinos classificou como chocantes as alegações de que homens armados se esconderam dentro do abrigo. Mas disse que não tem como confirmar, e enfatizou:
“Ataques a estruturas das Nações Unidas são um flagrante desrespeito ao direito internacional humanitário”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a operação e disse que prédios da ONU são invioláveis. Ele participou de uma homenagem que já estava marcada para os 135 funcionários mortos na guerra.
O chefe da diplomacia da União Europeia cobrou uma investigação independente do bombardeio à escola.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou nos mais fortes termos, o ataque. Disse que não há justificativa para ataques militares contra instalações da ONU e que áreas densamente povoadas devem ser poupadas. Também reiterou que ataques a infraestruturas civis constituem graves violações do direito humanitário internacional.
O Departamento de Estado Americano disse esperar que Israel seja totalmente transparente ao tornar públicas as informações sobre o ataque.
Nesta quinta-feira (6), Estados Unidos e Brasil assinaram com outros 15 países uma declaração que pede um acordo de cessar-fogo imediato e a liberação dos reféns.
“Apelamos aos líderes de Israel, bem como ao Hamas, para que assumam todos os compromissos finais necessários. É hora de a guerra acabar e este acordo é o ponto de partida necessário”, diz o documento.
Fonte: Jornal Nacional