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O Círculo de Fogo do Pacífico volta a sacudir a Terra.
Um potente terremoto com magnitude 8,8 ocorreu nesta quarta-feira (30/7), a cerca de 130 km da costa leste da península russa de Kamchatka. O evento gerou alertas de tsunami em toda a região.
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Houve ordens de evacuação em partes da Rússia, no Japão, Estados Unidos, Equador, Peru, Colômbia e Chile.
Kamchatka faz parte do Círculo de Fogo do Pacífico, também conhecido como Anel de Fogo.
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No outro lado do oceano, encontram-se vários países americanos: Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua e Panamá.
Em seguida, o anel se dobra na altura das ilhas Aleutas, no norte do Oceano Pacífico, entre o Alasca e a península de Kamchatka.
Dali, ele baixa para incluir o litoral e ilhas da Rússia, Japão, Taiwan, Filipinas, Indonésia, Malásia, Timor Leste, Brunei, Singapura, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tonga, Samoa, Tuvalu e Nova Zelândia.
Ao todo, sua extensão é de 40 mil km. Ali também fica a maior quantidade de vulcões do mundo — incluindo a maior parte dos supervulcões do planeta.

O tremor desta quarta-feira gerou um tsunami com ondas de 3 a 4 metros de altura no litoral de Kamchatka, segundo o ministro regional de Emergências, Sergei Lebedev.
Informações preliminares da imprensa estatal russa indicam que houve vários feridos, mas nenhum com gravidade.
As ondas do tsunami gerado pelo sismo, produzido a 18 km de profundidade, também chegaram ao arquipélago do Havaí e à costa oeste dos Estados Unidos.
Em Crescent City, na região norte do Estado americano da Califórnia, foram registradas ondas de 1,09 metros, segundo o Centro Nacional de Alerta de Tsunamis dos Estados Unidos.
Dados do Serviço Geológico americano indicam que este é o sexto terremoto mais potente já registrado.
A sismóloga Lucy Jones destaca que não se espera que o terremoto cause catástrofes em nenhum local do continente americano. Mas chama a atenção o fato de que ele ocorra novamente naquela área em forma de ferradura, com alta atividade sísmica.
90% dos terremotos do planeta
“No Círculo de Fogo do Pacífico, ocorrem 90% de todos os terremotos do mundo e 80% dos tremores mais fortes”, explicou, em entrevista anterior à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, o presidente-executivo do Instituto Geofísico do Peru, Hernando Taveras.
O leito do Oceano Pacífico repousa sobre diversas placas tectônicas e “o fato de que a atividade sísmica seja intensa no Anel de Fogo se deve à convergência dessas placas e sua fricção, causando acúmulo de tensão que precisa ser liberada”, explica ele.
A atividade no Círculo de Fogo é o resultado da chamada tectônica de placas, que é o movimento e a colisão das camadas da crosta terrestre, que dão origem aos terremotos, podendo também gerar atividade vulcânica.

Como um vulcão com ‘alto conteúdo de gás’
Em entrevista anterior à BBC, o diretor do Centro Nacional de Prevenção de Desastres do México, Hugo Delgado, explicou que um terremoto atua sobre um vulcão como ocorre quando agitamos uma garrafa de água mineral com gás.
“O movimento mecânico pode fazer com que o gás se acumule na superfície da garrafa”, afirma ele. “Isso aumenta a pressão e faz com que a água saia em jatos.”
“Algo similar acontece no vulcão, que contém alto teor de gases.”
O especialista indica que somente tremores potentes, com magnitude superior a 9, poderiam ter impacto muito relevante sobre os vulcões próximos.
Ele afirma que um terremoto deste tipo pode até provocar a reativação de vulcões adormecidos há séculos, a intensificação de vulcões atualmente ativos ou até a redução repentina da sua atividade.
“O impacto das ondas sísmicas destes terremotos de alta magnitude é tão forte que eles podem não só provocar erupções, como também fazer com que o vulcão perca sua atividade”, explica Delgado.
Fonte: BBC