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O número de tigres aumentou pela primeira vez em um século, apesar do perigo de extinção que ronda a espécie há muitos anos.
Os conservacionistas do World Wildlife Fund (WWF) calculam que em 1916 existiam cerca de 100 mil tigres em liberdade. Mas o número diminuiu drasticamente ao longo do anos: em 2010, sobravam apenas 3,2 mil.
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Já os dados mais recentes dão motivos para otimismo: em 2016 foram contabilizados mais 700 tigres, totalizando 3.890 no censo global mais recente.
“Mais importante que o número total é a tendência (de crescimento), e observamos que ela caminha na direção correta”, explica Ginette Hemley, vice-presidente de conservação silvestre da WWF.
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Mas a que se deve essa mudança? Os conservacionistas ganharam a batalha?
Mais presas, menos caça
“Os tigres são felinos que se reproduzem bem se contam com suficiente espaço e presas disponíveis – e se os protegemos da caça predatória”, disse à BBC a assessora sobre espécies em perigo de extinção da WWF, Heather Sohl.
“Dadas essas circunstâncias, o número de tigres pode aumentar, e temos observado isso em países como Rússia, Índia, Nepal e Butão”, disse.
“Na Indonésia, no entanto, as cifras indicam que a população de tigres diminuiu nos últimos anos, já que os bosques estão sendo destruídos para alimentar a demanda mundial de azeite de dendê, polpa e papel”.
Os ecologistas garantem que outras causas são os efeitos da mudança climática, que ameaçam as selvas onde vivem os tigres.
Por outro lado, o Camboja está considerando reintroduzir a espécie no seu ecossistema, depois de esta ter sido declarada recentemente “funcionalmente extinta”.
A maior população de tigres está na Índia, onde vivem mais da metade de todos os tigres do mundo (2.226, segundo a última contagem). Segundo os especialistas, o número aumentou devido à menor interferência na floresta e à transferência de populações humanas fora do habitat natural dos tigres.
Mas esta última medida envolve uma polêmica.
Briga por espaço
A luta por espaço entre humanos e animais selvagens já causou vários enfrentamentos na Índia nos últimos anos – não somente com tigres, como também com outros animais, como elefantes e leopardos.
A Índia é o segundo país mais populoso do mundo (atrás da China), e a população cresce em torno de 1,2% ao ano. Isso leva ao aumento da urbanização, limitando os habitats naturais do tigre e de outros animais selvagens do país, o que faz com que alguns deles invadam as cidades, desorientados.
Segundo a WWF, os tigres perderam, no total, 93% de seu habitat original.
“Humanos e tigres competem cada vez mais por espaço. O conflito ameaça os tigres que restam no mundo e cria um problema importante para as comunidades que vivem perto dos tigres”, adverte WWF.
Os especialistas temem que a diminuição do controle ambiental por parte do governo indiano coloque esses animais em perigo.
“Os últimos números mostram que podemos salvar as espécies e seus habitats quando os governos, as comunidades locais e os conservacionistas fazem um esforço conjunto”, diz Marco Lambertini, diretor geral internacional da WWF.
Nesta terça e quarta-feira, a cidade indiana de Nova Déli será sede de uma conferência internacional dos tigres na Ásia, na qual estarão presentes ministros de 13 países.
Um dos objetivos é duplicar a população global de tigres até 2022.
Mas a caça furtiva continua sendo uma grande ameaça para a sobrevivência da espécie, assim como a caça por praticada pelos moradores locais, preocupados com sua própria segurança.
Além disso, o comércio em parques de animais para a chamada “medicina tradicional” move milhões de dólares em todo mundo.
Pode ser que esta seja a primeira vez na história que o número de tigres tenha aumentado, mas a ameaça sobre esses felinos selvagens continua presente.
Fonte: Yahoo!