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Em 2022, empresas chinesas iniciaram 32 projetos no Brasil, o que representa um aumento de 14% em comparação com o ano anterior. O valor dos investimentos, porém, diminuiu 78% no mesmo período, totalizando US$ 1,3 bilhão, o menor patamar desde 2009. Os dados são da pesquisa “Investimentos Chineses no Brasil 2022: Tecnologia e Transição Energética”, lançada nesta terça-feira pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), com patrocínio do Bradesco Corporate.
Apesar da queda no valor investido, a soma de 40 projetos anunciados ou confirmados – seja por meio de novos projetos ou da manutenção ou expansão de empreendimentos já estabelecidos – foi a segunda maior da série histórica, ficando atrás apenas de 2018. Os investimentos anunciados (que não saíram do papel ou foram iniciados apenas em 2023) e confirmados somaram US$ 4,74 bilhões, 20% a menos do registrado no ano anterior. Na avaliação do conselho, a diferença de valor entre projetos anunciados e confirmados se deve ao fato de que alguns investimentos particularmente intensivos em capital necessitam de uma série de licenças para o início de suas operações, o que eventualmente pode adiar sua execução.
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O Brasil ficou em nono lugar entre os destinos que mais receberam investimentos chineses no mundo em 2022, uma queda de oito posições em relação a 2021, quando ficou no topo da lista. Na América Latina, ficou atrás apenas da Argentina, que recebeu US$ 1,34 bilhão. Dos 22 investidores chineses que anunciaram aportes em território brasileiro, 8 eram estreantes que não tinham atividades produtivas no país, aponta o levantamento do CEBC.
Houve interesse renovado na área de Tecnologia da Informação, com oito projetos confirmados, e investimentos no setor de eletricidade que somaram US$ 588 milhões. O setor de manufatura recebeu investimentos inéditos em determinadas áreas, como a têxtil, por meio da gigante chinesa SHEIN, e fabricação de materiais para uso médico e odontológico, com aportes da novata Angelalign.
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O setor de eletricidade teve o maior número de projetos confirmados, respondendo por 50% dos empreendimentos chineses no Brasil em 2022, seguido pelas áreas de Tecnologia da Informação (25%), fabricação de veículos automotores (6%), obras de infraestrutura (6%), agricultura e serviços relacionados (6%), fabricação de têxteis (3%) e fabricação de materiais para uso médico e odontológico (3%).
O Sudeste foi destino da maior parte dos projetos chineses no Brasil em 2022, com 25 empreendimentos – o equivalente a 66% do total. Com cinco projetos cada, o Centro-Oeste e o Nordeste ficaram em segundo lugar, com participações individuais de 13%. O Sul atraiu três, ficando com uma fatia de 8%.
No mundo, os investimentos chineses avançam em áreas ligadas à transição energética. Estados Unidos, Europa, Austrália, países da Belt and Road Initiative (BRI) e latino-americanos registraram aumento nos investimentos em energias renováveis e na cadeia de veículos elétricos.
Na América Latina, a China tem investido nos setores de mineração de lítio e veículos elétricos, impulsionando a participação da região no processo de transição energética. No Brasil, todos os projetos no setor automotivo, anunciados ou confirmados, têm elementos ligados à agenda de transição energética, tanto por meio da fabricação de ônibus e carros elétricos quanto de iniciativas de pesquisa e desenvolvimento.
Fonte: Um Só Planeta