Anúncios
O governo da Somália informou nesta sexta-feira que o número de mortos no pior atentado terrorista do país subiu para 358. O ministro de Informação, Abdirahman Osman, disse que 56 pessoas ainda estão desaparecidas após dois caminhões-bomba explodirem em uma rua movimentada de Mogadíscio. A explosão ocorreu em frente ao Safari Hotel, um estabelecimento popular, e deixou quase 400 feridos.
Milhares de somalis angustiados se reuniram nesta sexta-feira para rezar no local do ataque, lembrando das centenas de vítimas. Um xeique que liderou as orações afirmou que “essa dor vai durar anos”. A Somália culpa o grupo extremista al-Shabab por realizar o atentado, que não reivindicou sua autoria. O grupo é ligadoa à Al-Qaeda e costumam cometer atentados suicida em Mogadíscio e em suas imediações.
Anúncios
Mais cedo, o Exército dos Estados Unidos afirmou que enviou um drone, nesta semana, para perseguir membros do grupo extremista al-Shabaab. O comandante do Exército dos EUA no continente africano disse que a perseguição ocorreu na segunda-feira, a cerca de 56 quilômetros ao sul de Mogadíscio. Os governo americano já enviou diversos drones ao Nordeste da África desde que o presidente Donald Trump aprovou uma expansão das operações militares contra o grupo extremista neste ano.
Segundo oficiais do serviço de inteligência da Somália, o atentado tinha como alvo o bastante fortificado aeroporto internacional, onde muitos países possuem embaixadas. A explosão ocorreu em frente ao Safari Hotel, um estabelecimento popular que não costuma ser usado por funcionários do governo. Pelo menos 35 vítimas foram enviadas ao Quênia e ao Qatar, na terça-feira, para receber atendimento médico.
Anúncios
Na quarta-feira, milhares de pessoas tomaram as ruas da capital em repúdio ao atentado de sábado. Dois manifestantes foram detidos e três ficaram feridos, incluindo uma grávida.
O Al-Shabaab já atacou hotéis onde os membros do governo estavam hospedados. O grupo extremista quer derrubar o frágil governo central da Somália, apoiado pela comunidade internacional e pelos 22 mil soldados da União Africana. Eles foram expulsos da capital do país em agosto de 2011 e, ao longo dos anos, perderam o controle dos principais bastiões. Porém, os rebeldes continuam a controlar as áreas rurais e lançam ataques contra as alianças militares, governamentais e civis, bem como ataques terroristas na vizinha Quênia.
A Somália vem sendo assolada por conflitos desde 1991, quando líderes de clãs depuseram um ditador e depois se voltaram uns contra os outros. Um dos países mais pobres da África, a Somália enfrenta uma insegurança alimentar grave e depende de doadores estrangeiros para prover suas instituições e serviços básicos.
Moradores de Mogadíscio estão dizendo que o ataque, considerado o pior da História da Somália, é o “11 de setembro” do seu país, em referência ao atentado às Torres Gêmeas em Nova York, nos Estados Unidos, em 2001. Eles se perguntam por que uma tragédia como a do último sábado não atrai tanta atenção como as que ocorrem em outras partes. Internautas também questionam a ausência de comoção internacional diante desse episódio.
Fonte: Yahoo!