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O número de denúncias contra o médico psiquiatra investigado por importunação sexual aumentou nesta segunda-feira (20) após quatro novas vítimas, sendo duas de Garça (SP) e duas de Marília (SP), registrarem boletins de ocorrência.
Com os novos casos, sobe para 17 o total de denúncias de abuso e importunação envolvendo o profissional.
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Segundo Renata Yumi Ono, delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Garça, uma das vítimas, de 65 anos, relatou que os abusos aconteceram em 2018, durante consultas no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município.
Ela afirmou que o profissional começou a ter comportamentos inapropriados, como abraços e gestos de intimidade, e que, em uma das consultas, chegou a segurá-la contra o corpo e a encostar a boca em seu pescoço para “inalar o seu perfume”.
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O segundo registro é de uma mulher de 43 anos, que contou ter sido beijada à força pelo mesmo profissional durante uma consulta em 2022. A vítima disse ter ficado em estado de choque e interrompeu o acompanhamento médico após o episódio.
As denúncias estão sendo investigadas. A Polícia Civil reforça que qualquer pessoa que tenha sofrido ou presenciado condutas semelhantes deve procurar a Delegacia de Defesa da Mulher.
Outras vítimas
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Vítimas relataram situações de importunação sexual envolvendo o médico psiquiatra em Marília — Foto: Reprodução/TV TEM
Uma das vítimas de Garça registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher na sexta-feira (17) após a divulgação dos casos. A jovem, atualmente com 24 anos, disse à polícia que passou pelo atendimento no Caps em 2018, quando tinha 17 anos. Outras 13 denúncias foram registradas em Marília, uma delas de estupro.
Segundo a delegada, a jovem não denunciou o caso na época por não entender a gravidade do fato, mas, ao perceber que existiam outras vítimas, resolveu procurar a polícia. O caso foi registrado como importunação sexual.
No relato, a jovem disse que a mãe costumava acompanhá-la nas consultas, mas, em uma ocasião, precisou iniciar o atendimento sem a presença dela. Nesse dia, segundo ela, o médico mudou o comportamento e começou a fazer perguntas íntimas e, ao final da consulta, a acompanhou até a porta e a puxou pelo punho e beijou o canto de sua boca.
“Após o ocorrido, ela contou para sua mãe. Entretanto, decidiu na época não denunciar por não entender a gravidade da situação e ter ficado abalada emocionalmente”, explicou a delegada.
Depois do ocorrido, a jovem ainda retornou duas vezes a consultas por conta da necessidade da medicação, uma delas com um amigo, e relatou que o médico ficou bastante incomodado com a presença dele, e depois apenas para retirada da receita do remédio.
No mesmo dia, na sexta-feira, uma mulher de 41 anos, também registrou um boletim de ocorrência contra o médico em Garça. A vítima prestou depoimento à polícia na Delegacia de Defesa da Mulher da cidade.
Segundo a Polícia Civil, a mulher decidiu registrar o boletim de ocorrência após assistir a reportagens a respeito de outros casos denunciados na cidade vizinha, incluindo uma denúncia de estupro.
Segundo o relato, o abuso aconteceu no fim de 2024, em uma das consultas no Caps de Garça, onde o profissional também atuava.
A vítima contou que, ao retornar ao consultório para solicitar um atestado, o médico fez comentários inapropriados sobre sua aparência, como: “você está bonita, está gostosa”, e, em seguida, a segurou contra a mesa, tentou beijá-la, passou a mão por baixo de sua saia e mexeu em seu cinto. Ela conseguiu se desvencilhar e correu para o carro.
Na consulta seguinte ao abuso, ele chegou a dizer: “eu queria colocar minha boca entre as suas pernas, mas você saiu correndo”.
A partir desse episódio, ainda conforme a Polícia Civil, o estado psicológico da vítima se agravou, resultando em crises intensas, aumento da medicação e até um episódio de surto psicótico no trabalho.
No entanto, apesar do medo e em razão da dependência de receitas médicas para sua medicação, a vítima continuou com os atendimentos, evitando qualquer contato físico com o médico.
A delegada da DDM de Garça disse que o profissional ainda não foi ouvido e será notificado em breve para dar sua versão dos fatos, e afirmou que um trabalho de colaboração será realizado com a DDM de Marília. Além disso, a delegada reforçou a importância de as vítimas procurarem a delegacia especializada.
Em nota à TV TEM, a Prefeitura de Garça disse que pediu o afastamento do médico após a divulgação das denúncias na quinta-feira (16), encaminhando um pedido formal até a conclusão das investigações.
Conforme consta no documento, o departamento jurídico da associação da qual o médico é contratado informou que determinou a rescisão do contrato de trabalho do suspeito.
A reportagem entrou em contato com o psiquiatra suspeito pelos atos de importunação sexual e estupro e, segundo a defesa, ele ainda não foi notificado oficialmente sobre as denúncias. A defesa informou ainda que aguarda o andamento das investigações para se manifestar e que o médico nega as acusações.
Com G1