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A apenas 18 anos-luz de distância da Terra, um novo exoplaneta chamou a atenção da comunidade científica. Nomeado GJ 251c, o planeta apresenta características que o colocam entre os melhores candidatos a ter forma de vida fora do Sistema Solar, informa o ScienceAlert. Trata-se de um marco para pesquisas sobre habitabilidade fora da Terra.
Com uma massa mínima de 3,84 vezes a da Terra, o GJ 251c pertence à categoria das chamadas “super-Terras”, planetas rochosos maiores do que o nosso, mas menores do que os gigantes gasosos. O que o torna especialmente relevante, porém, é sua localização na chamada “zona habitável” de sua estrela anã: uma faixa orbital onde as condições de temperatura podem permitir a existência de água em estado líquido.
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O que torna GJ 251c especial
Segundo o astrônomo Suvrath Mahadevan, da Universidade Estadual da Pensilvânia, essa zona, também conhecida como “zona de Cachinhos Dourados”, é ideal para abrigar água líquida, componente essencial para a vida como conhecemos, desde que o planeta possua a atmosfera adequada.
A estrela que GJ 251c orbita é uma anã vermelha conhecida como GJ 251, com cerca de um terço do tamanho e da massa do nosso Sol. Por ser uma estrela menor e mais fria, sua zona habitável fica muito mais próxima dela, o que facilita a detecção de exoplanetas em sua órbita por meio de observações repetidas.
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“Cosmicamente falando, é praticamente aqui do lado”, afirmou Paul Robertson, astrônomo da Universidade da Califórnia em Irvine, ao ScienceAlert. A curta distância entre o sistema e a Terra pode permitir estudos mais detalhados do planeta no futuro.
A equipe liderada por Corey Beard, da Universidade da Califórnia, já vinha estudando o GJ 251 há mais de duas décadas, para identificar mundos com baixa massa e potencial para observações diretas. Inicialmente, os cientistas haviam identificado um planeta, o GJ 251b, com massa semelhante e uma órbita de apenas 14,2 dias, mas estava muito próximo da estrela para ser considerado habitável.
No entanto, novas observações de alta resolução revelaram evidências de um segundo planeta, com um período orbital de 53,6 dias e que está na zona habitável do sistema.
Apesar do entusiasmo, ainda há muito a ser descoberto sobre o GJ 251c. Como o planeta não transita em frente à sua estrela quando observado da Terra, não é possível medir seu diâmetro ou composições atmosféricas com os dados atuais. A detecção ocorreu por meio do método de velocidade radial, que identifica pequenas variações no movimento da estrela causadas pela gravidade do planeta.
Mesmo assim, sua proximidade o torna um forte candidato para futuras missões de observação direta, que podem revelar detalhes sobre sua atmosfera e superfície. Com o avanço de telescópios mais poderosos, como o James Webb, há expectativa de que mundos como GJ 251c possam ser estudados com mais profundidade nos próximos anos.
Fonte: Época