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As baleias-da-Groenlândia estão entre os seres mais longevos do planeta. Algumas vivem mais de 200 anos e raramente desenvolvem câncer ou outras doenças associadas à idade. Agora, cientistas acreditam ter descoberto o porquê.
Um estudo publicado nesta semana na revista Nature aponta que o segredo da longevidade desses gigantes do Ártico pode estar em uma proteína ativada pelo frio, chamada CIRBP, responsável por reparar danos no DNA e manter o organismo estável por mais tempo. A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade de Rochester (EUA), pode impactar o estudo do envelhecimento humano.
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“Todos sabiam que a baleia-da-Groenlândia tinha uma vida extraordinariamente longa, mas ninguém entendia o motivo”, disse o biólogo molecular Zhiyong Mao, da Universidade Tongji, na China, à Nature, em matéria publicada perla revista Revista Smithsonian.
“Melhorar o reparo do DNA para manter a estabilidade genética é uma estratégia poderosa para alcançar essa longevidade extrema”, ressaltou Mao.
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Para obter amostras celulares das baleias, os pesquisadores contaram com a colaboração de pessoas autorizados a caçar a espécie. Como as células precisavam permanecer vivas, o material foi transportado em caixas térmicas até o laboratório em Rochester.
Os experimentos mostraram que as células das baleias acumulam menos mutações genéticas do que as humanas — o que reduz a chance de formação de tumores. A CIRBP é a principal responsável por essa proteção. Quando o gene da baleia foi inserido em células humanas, a capacidade de reparar o DNA aumentou. Em moscas, o mesmo gene prolongou a vida e aumentou a resistência à radiação.
Os cientistas agora estudam como ativar a produção da CIRBP em mamíferos, começando por testes em ratos. Uma das hipóteses é que a exposição ao frio pode estimular naturalmente a proteína, já que o gene é ativado em baixas temperaturas.
“A natureza é um laboratório vivo”, disse geneticista da Universidade da Califórnia em Berkeley, Peter Sudmant, ao New York Times. “Podemos encontrar nelas pistas incríveis para desenvolver novas terapias”, concluiu.

Fonte: Um Só Planeta