26 de novembro, 2024

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No século 21, homofobia e transfobia nas empresas ainda são realidade

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Preconceito, violência, violação de direitos básicos, abandono da família, dificuldade de acesso aos estudos. Estes são apenas alguns dos desafios enfrentados todos os dias por homossexuais e transgêneros no Brasil. No mercado de trabalho não é diferente: pesquisas mostram que a maioria das empresas brasileiras não possui programas de inclusão e diversidade para acolher essas pessoas.

As dificuldades começam ainda durante a infância. Estudo realizado pela Secretaria de Educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (ABLGBT) aponta que 73% dos estudantes brasileiros que não se declaram heterossexuais já foram agredidos verbalmente na escola. E, ainda, um a cada quatro alunos já foram agredidos fisicamente neste ambiente. Estes são fatores preponderantes da evasão escolar.

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A baixa escolaridade, somada aos casos em que a família abandona os filhos LGBTI+ e os expulsa de casa, faz com que grande parte dos trans e homossexuais não consiga ter acesso ao mercado de trabalho formal, ficando muitas vezes restritas à prostituição, principalmente no caso das transexuais.

Mas e quando essa não é essa realidade? A verdade é que, mesmo quando a pessoa está qualificada para uma vaga de trabalho, ainda assim é preterida, por preconceito de empresas. Segundo pesquisas realizadas pelo Plantão Plomo, uma em cada cinco companhias se recusa a contratar homossexuais no Brasil, com receio de que sua imagem seja associada àquele funcionário. Enquanto isso, a mesma pesquisa mostra que 68% das pessoas já presenciaram algum tipo de homofobia no ambiente de trabalho.

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Mudar esse quadro exige ações em diferentes frentes. O Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ elaborou dez compromissos para orientar as práticas das empresas sobre esse tema. Entre eles estão medidas que vão desde promover ações de desenvolvimento profissional de pessoas do segmento LGBTI+ até a promoção do respeito aos direitos na comunicação e marketing da empresa.

Neste ponto, atualmente existem companhias, principalmente as multinacionais, como Uber e Burguer King, que têm investido em políticas de inclusão e ações que comunicação que apresentam representatividade de homo e transexuais. Um caso recente que ganhou a mídia foi também o da Victoria’s Secrets, que passou a contar com a primeira modelo trans em seu elenco.

Empresas que já adotaram medidas para aumentar a inclusão e a diversidade de seu quadro de funcionários já identificaram que essas ações contribuem para o aumento da produtividade, além de melhorar a relação entre os colaboradores, aumentando o repertório interno.

Veja abaixo casos de empresas que têm ações de inclusão da população LGBTI+:

Carrefour
A rede de supermercados francesa ganhou repercussão nas redes sociais em 2017 ao homenagear duas funcionárias no Dia da Visibilidade Trans.Na ocasião, a empresa aproveitou a data para reforçar suas ações de inclusão e apoio à diversidade, entre elas contratar pessoas trans trabalhando e oferecer cursos de capacitação em varejo para aumentar suas chances de ingresso no mercado de trabalho.

Google
Reconhecida apoiadora da comunidade LGBTI+, o Google é uma empresa que não poupa esforços na garantia de direitos. Assim se manifestou em relação à Proposition 8, lei que previa casamento restrito a homem e mulher em alguns estados dos Estados Unidos.

IBM
Na IBM são realizados processos de mentoria reversa, em que funcionários homossexuais apresentam aos líderes como funciona o cotidiano deles e de que forma a empresa pode ajudá-los.

Microsoft
Para tornar a empresa mais inclusiva para pessoas LGBTI+, surgiu em 2016 o pilar que trata assuntos relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. Algumas atividades já realizadas foram a participação de colaboradores da Microsoft na Parada Gay de São Paulo em 2016 e na LGBT Tech, evento que uniu funcionários de empresas de tecnologia para incentivar práticas de diversidade e tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo.

Dow
Em 2018, a multinacional da área química levantou pela primeira vez quantos funcionários se autodeclaram LGBT no Brasil, e afirma já trabalhar em casos concretos de forma coletiva. O CEO global da empresa, Jim Fitterling, inclusive, afirma publicamente que é gay.

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