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O presidente do regime chavista da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que “conhece os planos imperialistas” da Colômbia e do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O venezuelano não deu detalhes nem apresentou provas sobre esses supostos planos, e ameaçou reagir caso haja ações militares no país.
“Caso se atrevam, vamos arrebentar seus dentes para que aprendam a respeitar a Força Armada Nacional Bolivariana”, ameaçou Maduro.
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A declaração foi dada durante a mensagem anual de Maduro na Assembleia Constituinte — controlada pelo regime chavista — uma semana depois da crise gerada pela manobra que tentou excluir Juan Guaidó da presidência do outro parlamento, a Assembleia Nacional, onde os opositores têm maioria.
Além das trocas de acusações com o Brasil, o regime de Maduro vive uma relação conflituosa com a Colômbia. O presidente colombiano, Iván Duque, apoia o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, e a relação com o chavismo piorou após Caracas ordenar exercícios militares na fronteira com o país vizinho, em setembro do ano passado.
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O discurso durou mais de duas horas e teve transmissão ao vivo da televisão venezuelana.
Novas acusações
Maduro também voltou a dizer, sem provas, que o governo brasileiro se envolveu no ataque a uma base no sul da Venezuela no fim de dezembro. À época, o Itamaraty negou qualquer envolvimento do Brasil no episódio.
No discurso desta terça-feira, Maduro voltou a acusar o governo brasileiro de participação no assalto. O chavista ainda acusou Brasil e Colômbia de estarem por trás de “mais de 50 ações de espionagem e roubo de segredos militares”.
“Um grupo de terroristas, mercenários, desertores, traidores apoiados, financiado e amparado pelos governos de Jair Bolsonaro do Brasil e Iván Duque da Colômbia assaltaram um quartel no estado Bolívar”, afirmou Maduro.
“Roubaram fuzis, lançadores de morteiros e mísseis estratégicos. Em uma sanha assassina, mataram um jovem soldado de nossa Força Armada Nacional Bolivariana”, acrescentou, sem apresentar provas.
Maduro disse que o regime chavista “conseguiu capturar a maioria dos terroristas e recuperar 95% das armas roubadas”. “O resto foi levado para o Brasil, amparados pelo governo fascista de extrema direita de Jair Bolsonaro”, acusou, também sem apresentar provas.
“Quem atentar contra a república receberá o castigo que estabelece nossa Constituição e vai se encontrar diante dos fuzis de nossa Força Armada”, completou.
Discurso longo
As declarações sobre Brasil e Colômbia fizeram parte do discurso “Memória e Conta à Nação”, uma mensagem ao país prevista para o presidente para dar um panorama do país durante o ano — semelhante ao “Estado da União”, discurso proferido anualmente pelos presidentes dos Estados Unidos aos congressistas norte-americanos.
Além das crises com os países vizinhos, Maduro abordou o colapso econômico vivido pelo país, e disse que conseguiu “criar novas ferramentas econômicas e sociais, que serão decisivas nos próximos anos”. Ele ainda admitiu que a Venezuela passa por hiperinflação, mas alegou que o regime “tem conseguido frear o processo”.
A inflação anualizada da Venezuela para novembro foi de 13.476%, segundo dados do Congresso. O último relatório do Banco Central em setembro de 2019 mostrou um aumento acumulado de 4.679,5% nos preços. No sábado, o governo venezuelano elevou o salário mínimo para 250 mil bolívares por mês — cerca de R$ 15 reais.
Fonte: G1