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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou nesta sexta-feira (15) os planos do Exército para invadir Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza que é considerada o último refúgio de cerca de 1,5 milhão de palestinos.
O gabinete de Netanyahu não fornecer mais detalhes nem estabelecer uma data para o início da operação, que gera preocupação internacional.
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O porta-voz do governo dos Estados Unidos para assuntos de segurança, John Kirby, disse que os EUA ainda não viram o plano do Exército israelense, mas que gostariam de o ver. O país americano é o principal aliado de Israel.
O porta-voz da Organização das Nações Unidas, Stephane Dujarric, expressou temor pela notícia: “As consequências de uma operação militar em Rafah nas atuais circunstâncias seriam catastróficas para os palestinos em Gaza, seria catastrófica para a situação humanitária. Esperamos que tudo isso possa ser evitado”, disse.
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Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, os palestinos da Faixa de Gaza deixaram o norte, o centro e outras cidades do sul do território palestino por conta de bombardeios e ações por terra do Exército de Israel e se refugiaram em Rafah, que faz fronteira com o Egito.
Em fevereiro, o primeiro-ministro israelense havia ordenado que seu Exército preparasse um plano de retirada da população civil de Rafah, com a intenção de entrar na cidade para combater o Hamas.
Netanyahu pretende ocupar toda a cidade temporariamente e, por isso, pediu o plano aos militares. Segundo o premiê israelense, Rafah é também o último bastião do Hamas e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista.
Desde que anunciou os planos de fazer operação militar em Rafah, em fevereiro, o Exército israelense vem bombardeando alvos na cidade.
É na cidade, também, para onde os milhares de estrangeiros que estavam na Faixa de Gaza quando a guerra estourou vão quando recebem autorização para deixar o território – eles saem de lá pela passagem fronteiriça com o Egito, aberta apenas para a entrada de ajuda humanitária e saída de estrangeiros previamente autorizados ou de casos hospitalares emergenciais.
O Egito não autoriza a entrada de palestinos em seu território, a não ser em casos excepcionais.
O anúncio foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que disse que a ocupação pode ter graves consequências humanitárias, já que a população não tem para onde ir.
Os Estados Unidos, que têm criticado as ações de Israel em Gaza, também vinham tentando que o acordo para uma nova trégua entre as duas partes desde antes de Netanyahu anunciar a intenção da ofensiva em Rafah.
No entanto, as negociações se alongam desde então. O grupo terrorista Hamas enviou uma nova proposta de cessar-fogo na quinta-feira (14) e nesta sexta (15) Israel enviou uma comitiva ao Catar para dar prosseguimento às tratativas.
ONU é contra deslocamento forçado de civis
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou na sexta (9) que os civis palestinos em Rafah, na Faixa de Gaza, precisam ser protegidos, mas é contra um deslocamento forçado em massa de pessoas. A declaração veio em meio à ordem de Netanyahu para evacuação da cidade.
“Estamos extremamente preocupados com o destino dos civis em Rafah. As pessoas precisam ser protegidas, mas também não queremos ver nenhum deslocamento forçado em massa de pessoas, o que é, por definição, contra a vontade delas. Não apoiaríamos de forma alguma o deslocamento forçado, que vai contra o direito internacional”, disse Dujarric.
Egito reforça segurança
O Egito enviou cerca de 40 tanques e veículos blindados de transporte de pessoal a região da cidade de Rafah, no nordeste do Sinai, nas últimas duas semanas.
A medida do governo egípcio faz parte de uma série de medidas para reforçar a segurança na fronteira com Gaza, segundo duas fontes de segurança do país ouvidas pela Reuters. O destacamento ocorreu antes da expansão das operações militares israelenses em torno de Rafah.
Fonte: G1