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Pesquisadores descobriram uma necrópole de 2,5 mil anos nas profundezas das ruas da cidade de Nápoles, na Itália. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (3) na revista Scientific Reports.
Os especialistas já sabiam da existência do local, mas só conseguiram acessá-lo agora, graças ao uso de raios cósmicos e lasers. As tecnologias de ponta permitiram aos cientistas estudar a necrópole sem a necessidade de escavá-la.
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O estudo ocorreu no bairro de Rione Sanità, revelando restos mortais dos gregos que originalmente colonizaram a área, bem como as catacumbas de cristãos que viveram lá na era romana, quase dois milênios atrás.
Segundo a pesquisa, restos da antiga Nápoles com seus edifícios, ruas, aquedutos e necrópoles estão enterrados aproximadamente dez metros abaixo do atual nível da rua da cidade. Só uma pequena parte deste tesouro é acessível por meio de estruturas subterrâneas, como cisternas de água construídas no século 16 ou abrigos antiaéreos erguidos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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“Escavações arqueológicas sistemáticas nem sempre são possíveis em Nápoles, principalmente por causa de questões de segurança para edifícios e ruas em seus bairros altamente populosos”, explicam os pesquisadores.
Eles tiveram que utilizar a muografia, uma técnica de imagiologia que mede a passagem dos muóns, partículas subatômicas semelhantes a elétrons, mas com uma massa maior.
Os rastros foram registrados via emulsão nuclear, na qual um filme fotográfico extremamente sensível é usado para capturar e visualizar os caminhos das partículas carregadas.
“A grande limitação geral da muografia é que o detector deve ser colocado abaixo do nível do alvo porque os múons vêm do céu ou do hemisfério superior”, explica o principal autor do estudo, Valeri Tioukov, físico do Instituto Nacional de Física Nuclear da Itália (INFN), em entrevista ao site Live Science.
Os cientistas colocaram então os dispositivos de rastreamento de múons a 18 metros de profundidade, em um porão do século 19 utilizado para envelhecer presunto. Lá eles registraram o fluxo das partículas por 28 dias, capturando cerca de 10 milhões de múons.
Em seguida, os especialistas fizeram varreduras a laser 3D das estruturas, comparando-as com o fluxo de múons. Com isso, eles identificaram um excesso de partículas indicativo da presença de uma câmara funerária retangular de aproximadamente 2 por 3,5 metros.
Dada a profundidade da câmara — que provavelmente era a tumba de um indivíduo rico — os pesquisadores acreditam que ela fazia parte da necrópole helenística dos séculos 6 a.C. a 3 a.C.
Fonte: Galileu