21 de abril, 2025

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Navio petroleiro e embarcação de carga colidem no Mar do Norte

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Um navio petroleiro e uma embarcação de carga se colidiram no Mar do Norte na manhã desta segunda-feira (10/3), na costa de East Yorkshire, na Inglaterra.

De acordo com autoridades locais, 36 pessoas foram resgatadas e passam bem.

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No entanto, um dos 14 membros da tripulação de uma das embarcações envolvidas no incidente, o Solong, está desaparecido, segundo o proprietário do navio, Ernst Russ.

“Os esforços para localizar o membro da tripulação desaparecido estão em andamento”, afirmo Russ.

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A Guarda Costeira britânica mobilizou uma operação de resgate que envolveu aeronaves e barcos de resgate. Um helicóptero, uma aeronave de asa fixa, barcos de resgate e embarcações próximas com capacidade de combate a incêndios foram acionados para o incidente, segundo o órgão.

Os navios envolvidos na colisão ocorrida na manhã desta segunda pegaram fogo (Foto: BBC)

Inicialmente, o chefe do porto de Grimsby East, Martyn Boyers, disse à AP que 32 pessoas haviam sido resgatadas e trazidas à costa após a colisão. Horas mais tarde, o vereador Graham Stuart disse à BBC que todos os 37 membros de ambas as tripulações estão seguros, e apenas um deles foi hospitalizado —não se sabe em qual condição. Não se sabe mais detalhes os demais resgatados.

A guarda costeira não confirmou à BBC se ainda está realizando operações de busca e salvamento.

Ainda não se sabe o que causou a colisão e nem mesmo o impacto que o incidente pode causar.

Isso porque, de acordo com um relatório do provedor de dados marítimos Lloyd’s List Intelligence, o navio de carga transportava 15 contêineres de cianeto de sódio, um composto químico altamente tóxico.

Já o navio petroleiro transportava combustível de aviação para o departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Segundo a Guarda Costeira, o alarme de emergência foi disparado às 9h48, hora local (6h48 em Brasília).

Ambos os navios pegaram fogo com a colisão e foram necessárias embarcações com capacidade de combate a incêndios, além de um helicóptero de resgate com botes salva-vidas e uma aeronave da Guarda Costeira para controlar o fogo e resgatar as tripulações.

O líder do conselho municipal da cidade de Hull, Mike Ross, classificou o acidente como “devastador”.

Em declarações à BBC News, Ross diz que foi contatado por várias pessoas locais que estão “muito preocupadas”.

É um “incidente terrível” em termos de pessoas envolvidas e do impacto potencial na costa, explica Ross.

O potencial impacto ambiental também é uma preocupação, e ele diz que nos próximos dias será preciso realizar um intenso trabalho para entender a grandeza do ocorrido.

Dave O’Hara, gerente sênior do local na Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) Bempton Cliffs, diz que a colisão ocorreu em uma área que abriga a maior colônia de gansos-patola da Inglaterra e populações de aves marinhas de importância internacional.

“Naturalmente, estamos extremamente preocupados com o potencial de vazamento do petroleiro, pois a poluição por óleo pode danificar seriamente os habitats e ser letal para as aves marinhas”, diz ele.

Segundo apurou a repórter de Clima e Ciência da BBC, Esme Stallard, ainda é difícil prever o impacto exato que os vazamentos poderão causar no Mar do Norte. Mas segundo Alex Lukyanov, pesquisador em modelos matemáticos avançados de vazamentos de óleo da Universidade de Reading, os vazamentos de óleo são afetados por “múltiplos fatores”, incluindo correntes marítimas, ondas de água e padrões de vento.

Já Alastair Grant, professor emérito de ecologia na Universidade de East Anglia, alerta que os impactos ambientais podem ser severos: “O combustível de aviação é aproximadamente 50 vezes mais tóxico para a vida aquática do que o óleo diesel, que por sua vez é mais tóxico do que o petróleo bruto.”

Um barco em Grimsby Dock após uma colisão entre um petroleiro e um navio de carga na costa de East Yorkshire (Foto: BBC)

Já o Greenpeace diz estar “extremamente preocupado” com os “múltiplos riscos tóxicos” da colisão do navio no Mar do Norte.

À medida que mais informações surgem sobre o que os navios estavam transportando, ficamos extremamente preocupados com os múltiplos riscos tóxicos que esses produtos químicos podem representar para a vida marinha”, disse Paul Johnston, cientista sênior dos Laboratórios de Pesquisa do Greenpeace na Universidade de Exeter, à agência de notícias AFP.

“O combustível de aviação entrou na água perto de um local de reprodução de botos é tóxico para peixes e outras criaturas marinhas”, acrescenta.

Detalhes sobre como a colisão aconteceu ainda não estão claros. Mas com ferramentas de rastreamento online, foi possível construir uma imagem do que aconteceu antes e como os esforços de resgate se desenrolaram, diz Joshua Cheetham da BBC Verify.

De acordo com o site de rastreamento de navios MarineTraffic, o Stena Immaculate, que transportava o combustível, partiu de Agio Theodoroi, na Grécia, com direção a Killingholme no Reino Unido.

O Solong, enquanto isso, estava navegando do porto escocês de Grangemouth para Roterdã, na Holanda.

Sobre o navio petroleiro

Autoridades americanas confirmaram que o Stena Immaculate carregava combustível para o Departamento de Defesa dos EUA.

“A colisão e as explosões subsequentes não afetarão as operações ou a prontidão de combate. Não temos um único ponto de falha”, dizem as autoridades.

O Stena Immaculate é um dos dez petroleiros alistados em um programa do governo dos EUA projetado para fornecer combustível às forças armadas durante tempos de conflito armado ou emergência nacional, segundo o repórter de Negócios da BBC, Jonathan Josephs.

Isso significa que eles podem ser chamados pelos militares dos EUA em curto prazo, mas não há nenhuma indicação de que ele estava sendo usado para esses propósitos quando este acidente aconteceu.

A dona do navio Stena Immaculate é a sueca Stena Bulke, que faz parte do conglomerado Stena Sphere, controlado pela família bilionária Olsson.

Quem opera o navio é a empresa de logística Crowley, parceira americana da Stena Bulke.

Esse tipo de arranjo complexo é bastante típico na indústria global de transporte marítimo, escreve Josephs.

Fonte: BBC

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